Quer casar-se e não sabe o que precisa de fazer? Pretende saber quais os documentos necessários para iniciar um processo de divórcio? Estas e outras questões já podem ser respondidas com recurso à Inteligência Artificial, num recurso lançado pelo Ministério da Justiça, e que ainda está na sua fase experimental.
O Guia Prático da Justiça (GPJ), que foi desenvolvido no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, através da Estratégia Govtech do Ministério da Justiça, pretende atuar como um canal de comunicação “rápido”, “acessível” e “compreensível” para cidadãos e empresas, de acordo com a Direção-Geral da Administração da Justiça.
O objetivo passa por facilitar e acelerar os processos, agilizando as dúvidas que os cidadãos possam ter. Para já estão apenas disponíveis cinco questões, todas relacionadas com casamento ou divórcio, mas o objetivo passa por alargar a disponibilidade a outras dúvidas.
“A versão do agora disponibilizada é uma versão de testes, treinada para responder a questões relativas aos temas casamento e divórcio, que utiliza linguagem natural, de modo que não existam barreiras de comunicação entre os cidadãos e os seus direitos”, refere o Ministério da Justiça, alertando que, para já, “as respostas que vai obter podem não estar inteiramente certas ou completas”.
De resto, a versão mais atualizada poderá já ajudar em dúvidas como a obtenção da nacionalidade, a criação de empresas, ou até em questões de heranças e partilhas.
Para aceder à página não é necessário qualquer tipo de registo, podendo o assistente virtual ser consultado a qualquer hora e em qualquer lugar. “A evolução e aprendizagem deste modelo ocorre progressivamente, à medida que as questões são colocadas e as respostas validadas pela equipa que se encontra a acompanhar o desenvolvimento do projeto”, explica a página.
O GPJ baseia-se no modelo de linguagem GPT 3-5 (a mesma tecnologia por detrás do Chat GPT) criado pela OpenAI e pela Microsoft, utilizando técnicas de deep learning para “conseguir criar uma linguagem natural” e o “mais semelhante possível à escrita humana”.