Inteligência artificial pode levar à "destruição da civilização", avisa Elon Musk (que está a investir nela) - TVI

Inteligência artificial pode levar à "destruição da civilização", avisa Elon Musk (que está a investir nela)

  • CNN
  • Clare Duffy e Ramishah Maruf
  • 18 abr 2023, 11:45
Elon Musk (Associated Press)

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Elon Musk alertou numa nova entrevista que a inteligência artificial pode levar à "destruição da civilização", apesar de continuar profundamente envolvido no crescimento da IA através das suas muitas empresas, incluindo um novo projeto.

"A IA é mais perigosa do que, digamos, a má gestão da conceção ou manutenção de aviões ou a má produção de automóveis, no sentido em que é, tem o potencial - por muito pequena que se possa considerar essa probabilidade, mas não é trivial - de destruição da civilização", disse Musk em entrevista à Fox News, na noite de segunda-feira (uma segunda parte é transmitida esta terça-feira).

Musk tem alertado recentemente para os perigos da IA, devido a uma proliferação de produtos para uso geral do consumidor, inclusive de gigantes tecnológicos como a Google e a Microsoft. No mês passado, Musk juntou-se a um grupo de outros líderes tecnológicos ao assinar uma carta aberta apelando a uma pausa de seis meses na corrida "fora de controlo" para o desenvolvimento da IA.

Na primeira parte da entrevista, exibida na noite de ontem, Musk disse apoiar a regulamentação do governo em matéria de IA, embora "não seja divertido ser regulamentado". Apesar de a IA ainda "estar sob controlo", pode ser demasiado tarde para a regulamentar, considerou.

"Uma agência reguladora precisa de começar com um grupo que, inicialmente, procura uma visão sobre a IA, depois solicita a opinião da indústria e só depois proponha a criação de regras", argumentou.

De facto, Musk tem soado os alarmes sobre a IA há anos - algo que ele reconheceu num tweet durante o fim de semana - mas também tem feito parte da corrida mais ampla à IA através de investimentos num império de empresas em expansão.

A Tesla, por exemplo, confia tanto na inteligência artificial que organiza um dia anual de IA para divulgar o seu trabalho. Musk foi um membro fundador da OpenAI, a empresa por detrás de produtos como o ChatGPT (Musk disse que a evolução da OpenAI "não é de todo o que pretendia"). E no Twitter, Musk afirmou num tweet no mês passado que pretende "usar a IA para detetar e dar a conhecer a manipulação da opinião pública nesta plataforma".

O empresário disse que colocou "muito esforço" na criação da OpenAI para servir de contrapeso ao Google, mas que "perdeu o foco".

Musk quer agora criar um rival para as ofertas de IA da Microsoft e da Google. Na entrevista, revelou que vai começar algo a que chama de "TruthGPT". Musk descreveu-o como "uma IA que procura a verdade máxima" e que "se preocupa em compreender o universo".

"Esperemos que haja mais coisa boas do que más", observou.

Mais recentemente, Musk está a trabalhar numa startup de IA que possa rivalizar com a OpenAI e o ChatGPT. O Financial Times informou na semana passada que Musk está a montar uma equipa de investigadores e engenheiros de IA, bem como a procurar investidores para o novo projeto, citando pessoas familiarizadas com os planos do multimilionário. Musk constituiu no mês passado uma empresa chamada X.AI, de acordo com os registos comerciais do Nevada.

Durante a sua conversa com Tucker Carlson, Musk abordou ainda a sua propriedade do Twitter - que comprou por 44 mil milhões de dólares e tem estado envolvido em controvérsia desde então.

"Pensei que, provavelmente, haveria algumas reações negativas", assumiu Musk, reconhecendo que o público acabará por decidir o futuro da aplicação.

A conta principal do New York Times perdeu a sua marca azul no início deste mês, depois de ter decidido que não pagaria pela verificação.

"Há, obviamente, muitas organizações habituadas a ter uma espécie de influência ilimitada no Twitter que já não a têm", considerou Musk, parecendo dar conselhos ao jornal de 171 anos sobre como gerir o conteúdo da sua conta, qualificando o seu feed de "ilegível".

Musk disse que era um utilizador ativo do Twitter desde 2009 e começou a desenvolver um "mau pressentimento" sobre para onde se dirigia a aplicação, mas não especificou o que era. Disse que mais tarde decidiu adquirir a plataforma após conversas insatisfatórias com o seu conselho de administração.

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