Destino: Europa – Camarga, um paradoxo climático no sul de França - TVI

Destino: Europa – Camarga, um paradoxo climático no sul de França

Na segunda parte de "Contaminação", a urgência do combate às alterações climáticas ganha palco e reflexão no sudeste de França, onde se multiplicam os impactos do aquecimento global na agricultura e na produção de vinho e onde a atividade humana procura resistir aos fenómenos extremos. Mas é na Camarga, região conhecida pela paisagem singular e vida selvagem, que estão concentradas as maiores preocupações.

É inevitável falar do degelo quando o tema é o aumento da temperatura média na Terra, mas na Provença, a crise climática manifesta-se de uma forma peculiar, ainda que mais lenta e discreta do que noutras regiões do planeta. Chove cada vez menos na Camarga, e a par da seca, o mar Mediterrâneo está aos poucos a engolir a zona costeira. É uma inevitabilidade que nas próximas décadas, grande parte da região desapareça devido à subida do nível das águas, e consequentemente, descaracterize a biodiversidade, os ecossistemas e a paisagem natural que conferem ao parque nacional francês um estatuto distinto na Europa. Colónias de flamingos e colhereiros estão em risco, o que tem levado biólogos e especialistas a olharem com reservas para o futuro das espécies na Europa.

França procura também responder às vagas de calor cada vez mais intensas com soluções na agricultura orientadas para novas tecnologias verdes que permitam minimizar os impactos nas colheitas. Por sua vez, o fenómeno particular das geadas severas durante a Primavera continua a fazer estragos nas vinhas da região de Vienne. Também no setor vinícola tem sido reforçado o investimento em painéis fotovoltaicos e sistemas de rega mais funcionais, ainda que não seja absolutamente claro quais os impactos reais das alterações climáticas no vinho produzido na região.

São esforços comungados pela Suécia, país reconhecido há vários anos como pioneiro em boas práticas ecológicas, promovendo na sociedade, nas instituições e empresas um profundo respeito pelo ambiente. Gotemburgo, vários anos distinguida como cidade mais sustentável do mundo, está totalmente orientada para a mobilidade elétrica, zero desperdício e economia circular. Realidade em tudo semelhante na capital Estocolmo, que apesar de ser bastante dependente de energia devido ao clima e à produção industrial, já traçou metas climáticas ambiciosas para 2030: atingir a neutralidade carbónica e ser o primeiro dos 27 estados-membros a reduzir totalmente a pegada ecológica.

A Questão Ambiental é o segundo de seis temas que integram a série de reportagens “Destino: Europa”. Está também disponível o podcast associado ao projeto, onde os jornalistas Filipe Caetano e Inês Tavares Gonçalves partilham os desafios identificados no terreno e detalhes sobre o processo de produção e concretização deste tema. Poderá subscrever e ouvi-lo aqui:

 

 

Esta reportagem foi cofinanciada pela União Europeia no âmbito do programa de subvenções do Parlamento Europeu para a área da comunicação. O Parlamento Europeu não esteve envolvido na sua preparação e não deverá ser, em momento nenhum, responsável ou vinculado pelas informações ou opiniões expressas. De acordo com a legislação aplicável, os autores, entrevistados, editores ou emissores do Destino: Europa, são os únicos responsáveis pela reportagem. O Parlamento Europeu também não poderá ser responsabilizado por danos diretos ou indiretos que possam resultar da sua execução.

Continue a ler esta notícia