Donald Trump foi a Seul fazer de polícia bom e mau com Pyongyang. Em plena Coreia, com o Norte ali tão perto, o presidente dos Estados Unidos, que realiza a sua primeira visita oficial à Àsia, lembrou o “ditador” Kim Jong-un do poderio militar americano, reconhecendo, porém, que o inimigo começa a mudar de atitude.
A Coreia do Norte é uma ameaça global que requer uma resposta global”, começou por dizer, durante uma conferência de imprensa conjunta com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, nesta terça-feira, após o encontro entre os dois dirigentes na Casa Azul, a casa do presidente da Coreia do Sul.
Trump apelou, por isso, “a Deus” para que não tenha de recorrer às armas e fazer o que estiver ao seu alcance para impedir que “ditador norte-coreano” de ameaçar milhões de vidas.
Não podemos continuar a permitir que a Coreia do Norte ameace tudo aquilo que construímos”, prosseguiu, apoiado por Moon Jae-in, que pretendia que as palavras do homólogo tranquilizassem os sul-coreanos perante a constante ameaça nuclear.
E foi num tom conciliador que elas chegaram, claro está, depois de feito o aviso.
Faz todo o sentido que a Coreia do Norte se sente à mesa e chegue a acordo. Peço à Coreia do Norte que aja de forma correta. E vejo algumas movimentações nesse sentido”, disse Donald Trump, que, todavia, recusou desenvolver esta afirmação.
Nunca até então o comandante supremo dos Estados Unidos tinha falado assim de Pyongyang, estando ainda muito presentes as suas declarações aquando da estreia na Assembleia-Geral das Nações Unidas, quando disse ao mundo ali presente que poderia ser necessário "destruir totalmente a Coreia do Norte".
Da visita à Coreia do Sul resultaram, ainda, negociações com os Estados Unidos para reforçar as capacidades militares de Seul, incluindo em termos tecnológicos, no que à vigilância diz respeito. As duas nações acordaram, também, que o Japão deve continuar a fazer parte deste esforço tripartido de conter a ameaça nuclear da Coreia do Norte.
Do Kremlin chega, entretanto, a notícia de que Vladimir Putin e Donald Trump vão sentar-se à mesa por causa de Pyongyang, o que deverá acontecer no Vietname, à margem do fórum económico Ásia-Pacífico.