"É certo que se não houver acordo partiremos. Se não pudermos verificar que (os iranianos) não vão dotar-se de armas nucleares, que temos tempo suficiente para agir se formos enganados, se não tivermos esse tipo de garantias, não aceitaremos um acordo".
Esta declaração, entrevista à cadeia de televisão CBS, surge um dia depois de negociações em Paris, nas quais a França se mostrou mais reservada do que Washington em relação a um projeto de acordo em discussão com Teerão. Os Estados Unidos disseram que faziam a mesma análise das negociações que a França, mas Paris mostrou querer mais garantias.
"É justo dizer que agora há urgência porque estamos a negociar há mais de um ano, mas a boa notícia é que, durante este período, o Irão cumpriu nos termos do acordo" interno, alcançado em novembro de 2013 com o chamado grupo 5+1, que inclui os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (França, Estados Unidos, Rússia, China e Reino Unido) e a Alemanha, disse Obama, acrescentando que os iranianos não fizeram avanços no programa nuclear.
Agora "chegamos a um ponto das negociações em que já não é uma questão de problemas técnicos, mas de vontade política", adiantou.
O presidente notou que os iranianos negociaram seriamente e que foram alcançados progressos para reduzir as divergências, mas sublinhou que "ainda subsistem lacunas".
"Durante o próximo mês estaremos em condições de determinar se o regime pode ou não aceitar um acordo extremamente razoável, se estão, como dizem, apenas interessados num programa nuclear civil".
Por outro lado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que na terça-feira criticou no Congresso norte-americano o projeto de acordo com Teerão, reafirmou este domingo a sua apreensão.
"Não confio nas inspeções em regimes totalitários e por isso eu seria mais prudente", afirmou o dirigente israelita, também na CBS, alegando que o acordo não impedirá o Irão se dotar de armas nucleares.
A parte política das negociações deve terminar a 31 de março e a finalização técnica de um acordo é esperada até 1 de julho.