O polícia Darren Wilson «não agiu com dolo, não pode ser provado além de qualquer dúvida razoável de que ele violou» a lei sobre os direitos civis», conclui um relatório do Ministério norte-americano da Justiça, publicado esta quarta-feira.
Esta decisão de não acusar Darren Wilson também já tinha sido tomada a 25 de novembro de 2014 por um grande júri, no condado de St. Louis, que decidiu não julgar o polícia. Esse júri entendeu não existirem fundamentos suficientes para deduzir qualquer acusação contra o agente, após proceder à revisão das provas recolhidas no caso.
Na altura, a decisão de um júri de não imputar acusações ao polícia desencadeou, quase de imediato, uma onda de indignação nos Estados Unidos, com o Presidente, Barack Obama, a apelar à calma e à contenção.
Darren Wilson, que se demitiu da polícia, sempre alegou ter agido em legítima defesa.
O mesmo inquérito do Departamento de Justiça dos EUA, que esta quarta-feira iliba Darren Wilson, acusa no entanto de discriminação racial a Polícia da cidade de Ferguson. O relatório indica que a polícia local é culpada de violações regulares dos direitos constitucionais dos cidadãos.
Depois da morte de Michael Brown, a 9 de agosto de 2014, que suscitou manifestações e tumultos, o Ministério da Justiça promoveu um inquérito distinto da investigação local, colocando-o no terreno dos direitos cívicos. De acordo com o documento, a polícia de Ferguson, mas também a justiça da cidade, estavam envolvidas numa «rotina» de discriminação contra a população negra local.