Milionária condenada por escravatura - TVI

Milionária condenada por escravatura

Bandeira dos Estados Unidos

Empregadas eram obrigadas a vasculhar o lixo para comer e dormiam no chão da cozinha

Uma milionária que abusou durante anos de duas empregadas indonésias, mantendo-as como escravas na sua mansão em Long Island, Nova Iorque, foi condenada a 11 anos de prisão.

Varsha Sabhnani, de 46 anos, e o seu marido foram acusados de trabalho forçado, conspiração, escravidão e abrigo de estrangeiros ilegais. Este julgamento chamou atenção para um problema crescente nos EUA, a exploração do trabalho doméstico.

As vítimas testemunharam que sofriam maus tratos com vassouras, guarda-chuvas, eram cortadas com facas, forçadas a subir escadas e a tomar banhos frios como castigo.

Uma das vítimas foi obrigada a comer dezenas de chili peppers e depois foi forçada a comer o seu próprio vómito quando já não conseguia engolir mais chili peppers, referiu a acusação.

Arguida diz que veio ao mundo para ajudar pessoas

«Na sua arrogância, ela não tratou Samirah e Enung como gente», referiu o advogado Demetri Jones. «Justiça para as vítimas: é o que o governo está a pedir», acrescentou. Para além dos 11 anos de detenção a arguida vai também ter de pagar quase 16 mil euros de multa.

«Eu só queria dizer que adoro muito as minhas crianças», disse a condenada enquanto olhava para os seus dois filhos. «Vim a este mundo para ajudar pessoas que precisam», sublinhou.

Mahender Sabhnane, de 51 anos, está solto, depois de pagar uma caução, aguarda a leitura da sua sentença esta sexta-feira.

A «escravatura dos nossos dias»

Ele é acusado dos mesmos crimes porque deixou que estes acontecem e tirou proveito das mulheres que trabalhavam em sua casa. De acordo com a acusação espera-se que o arguido receba uma pena muito menor que a esposa.

Os advogados da acusação apelidaram estes crimes de «escravatura dos nossos dias». Os causídicos sublinharam que as empregadas estavam sujeitas a um «castigo que se transformava numa cruel forma de tortura».

A punição terminou em Maio de 2007 quando, no dia da mãe, uma das mulheres fugiu e entrou numa loja de donuts a vestir farrapos, foi então que os empregados chamaram a polícia.

Durante a estadia em Long Island as mulheres eram obrigadas a dormir em colchões no chão da cozinha e a vasculhar caixotes do lixo para comer.
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