Guiné-Bissau: Parlamento Europeu aprova resolução - TVI

Guiné-Bissau: Parlamento Europeu aprova resolução

Guiné-Bissau (arquivo Reuters)

Texto a pedir reposição da ordem constitucional foi feito por eurodeputados portugueses

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O Parlamento Europeu (PE) aprovou esta quarta-feira uma resolução sobre a Guiné-Bissau, na qual é pedida a «reposição imediata» da ordem constitucional e a conclusão do processo eleitoral interrompido pelo golpe de Estado de 12 de abril.

No documento, votado favoravelmente por seis grupos políticos que representam a grande maioria dos deputados ao PE, os eurodeputados pedem o «respeito absoluto pela integridade física de todos os funcionários públicos e outros cidadãos» sob alçada dos militares rebeldes.

O texto, resultado do trabalho conjunto dos gabinetes dos eurodeputados portugueses Ana Gomes, Diogo Feio e Rui Tavares, exorta também a comunidade internacional a exercer «toda a influência necessária» e a fornecer todo o apoio para se chegar a uma «investigação completa» sobre o golpe de Estado e trazer os responsáveis à Justiça.

Bruxelas, aponta o PE, deverá prosseguir a ajuda humanitária e o apoio dado ao país e à população, ao passo que a situação militar «instável e incapaz» na Guiné-Bissau potencia um outro perigo: o da intensificação do tráfico de drogas, canalizadas nomeadamente para o continente europeu.



A posição do Parlamento Europeu relativamente à Guiné-Bissau tem lugar numa altura em que a União Europeia já tem em curso sanções, tais como a proibição de viajar e congelamento de bens em território comunitário contra aqueles que considera responsáveis pela situação de instabilidade no país, designadamente 21 membros do comando militar autor do golpe de Estado de 12 de abril.

O golpe de Estado na Guiné-Bissau ocorreu na véspera do início da segunda volta da campanha eleitoral para as eleições presidenciais.

O primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior tinha ganho a primeira volta e ia disputar a segunda, a 22 de abril, com Kumba Ialá.

Carlos Gomes Júnior e o Presidente interino, Raimundo Pereira, estiveram detidos até 26 de abril, quando foram levados para a Costa do Marfim e permanecem fora do país.

Um governo de transição, negociado com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), foi nomeado e deverá promover a realização de eleições no prazo de um ano.

No entanto, as autoridades de transição, lideradas pelo Presidente Serifo Nhamadjo e pelo primeiro-ministro Rui Duarte de Barros, não são reconhecidas pela restante comunidade internacional, nomeadamente pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
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