Descoberta acidental sobre maturação de células - TVI

Descoberta acidental sobre maturação de células

Células cancerígenas

Investigadores da Universidade do Texas criaram pequena molécula que estimula a maturação de células estaminais do sistema nervoso

Uma descoberta acidental durante uma experiência levou investigadores da Universidade do Texas a criar uma pequena molécula que estimula a maturação de células estaminais do sistema nervoso, segundo a revista Nature Chemical Biology, escreve a Lusa.

A descoberta poderá permitir no futuro a cultura de células estaminais nervosas de uma pessoa fora do corpo, estimular a sua maturação e reimplantá-las como células que possam funcionar no tratamento de várias doenças.

«É um ponto de partida crítico para a medicina neurodegenerativa e a quimioterapia do cancro do cérebro», considera Jenny Hsieh, professora de Biologia Molecular no Southwestern Medical Center da Universidade do Texas e autora do estudo.

A criação da molécula permitiu aos investigadores desvendar alguns dos passos bioquímicos que ocorrem durante a maturação das células dos nervos.

Cérebro: o tamanho não é tudo

Células estaminais podem tratar enfartes

Os cientistas iniciaram este projecto em resultado de um estudo separado em que examinaram 147.000 compostos para determinar quais poderiam estimular células estaminais cultivadas de embriões de roedores para que se desenvolvessem como células cardíacas.

Inesperadamente, cinco moléculas fizeram com que as células estaminais se convertessem em formas parecidas com células nervosas, o que fez com que os investigadores criassem uma variante dessas moléculas num novo composto, chamado Isx-9, mais fácil de usar por funcionar numa concentração mais baixa e se dissolver melhor na água.

«Foi completamente por acaso que descobrimos esta pequena molécula que gera células nervosas», afirmou a investigadora. «Penso que é uma das pequenas moléculas neurogénicas mais poderosas do planeta».

As células estaminais nervosas encontram-se agrupadas em diferentes áreas do cérebro, sendo capazes de converter-se em vários tipos de células, não apenas nervosas.

Durante décadas, os cientistas pensavam que o cérebro dos mamíferos adultos não podia gerar novas células nervosas e que a aprendizagem e a memória resultavam do estabelecimento no cérebro de novas ligações entre as células existentes.

Sabe-se agora que o cérebro cria constantemente novas células nervosas. No hipocampo, que está envolvido na aprendizagem e na memória, as células estaminais amadurecem como células nervosas completas a um ritmo de um milhar por dia, referiu Hsieh.
Continue a ler esta notícia