Uma jornalista sueca foi expulsa na quinta-feira da Venezuela assim que chegou ao aeroporto de Caracas, informou o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) do país. Nos últimos anos, vários jornalistas estrangeiros foram detidos e expulsos da Venezuela por não terem visto de trabalho.
O caso desta jornalista foi avançado pela própria na rede social twitter, e mais tarde confirmado pelo secretário-geral da SNTP.
"Estou a ser expulsa sem razão aparente", lamentou Annika Rothstein, antes do voo de regresso para Paris.
I’m so angry and so sad. I have tried my utmost to show all sides of #Venezuela and often. Even criticized for interviewing *everyone* and staying away from advocacy and activism and now this government is deporting me, taking my passport and my things without even a reason. https://t.co/L0gj50MdgQ
— Annika H Rothstein (@truthandfiction) 18 de abril de 2019
Estou sentada no avião, a chorar. Levaram o meu passaporte e não sei onde é que estão as minhas coisas. Não sei também se alguma vez poderei voltar à Venezuela".
Landing in Paris, escorted once again. pic.twitter.com/evTLc0NJDB
— Annika H Rothstein (@truthandfiction) 19 de abril de 2019
Annika Rothstein, que já trabalhou no passado como jornalista na Venezuela, foi detida e interrogada por quatro oficiais sem que lhe tivesse sido dada qualquer explicação, disse à agência France-Presse (AFP) o porta-voz da SNTP. "É recorrente. Eles não dão nenhuma explicação", afirmou Marco Ruiz. "
Acho que é porque a Annika não tinha visto de trabalho. No entanto, a ausência de visto não deve conduzir automaticamente à expulsão".
Sem mencionar explicitamente o caso de Annika Rothstein, o chefe da diplomacia da Venezuela, Jorge Arreaza, escreveu depois no Twitter: "Os jornalistas de todo o mundo sabem que (...) para trabalhar legalmente na Venezuela, devem antes de tudo ser acreditados". "Há [na Venezuela] 50 meios de comunicação estrangeiros cujo pessoal é devidamente acreditado", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Em 27 de fevereiro, Annika Rothstein falou perante o Parlamento venezuelano, o único órgão do poder venezuelano controlado pela oposição, para denunciar um ataque de que havia sido vítima, dias antes, por parte dos "coletivos" [milícias maduristas].