Benjamin Mendy reivindica 11 milhões de libras (cerca de 13 milhões de euros) de salários em atraso ao Manchester City, correspondentes ao período entre o dia em que foi acusado de violação e agressão sexual, em agosto 2021, até ao término de contrato, em junho de 2023.
Os «citizens» não pagaram ordenados ao lateral-esquerdo francês enquanto este aguardava julgamento e o caso terminou no verão passado, com a absolvição do jogador.
Entretanto, nesta ação «multimilionária» que deu entrada no Tribunal do Trabalho, Mendy garante que outros colegas de equipa estiveram nas festas que organizou e, inclusive, tiveram «relações casuais com mulheres». O City, diga-se, alegou que o francês estava indisponível para trabalhar devido ao processo e à suspensão da FA.
«Vários jogadores da equipa principal do Manchester City, incluindo o capitão do clube, estavam presentes nas festas em que eu estive e organizei», disse Mendy, numa declaração por escrito, citada pelo The Telegraph.
«Todos nós bebemos álcool. Todos nós tivemos relações casuais com mulheres. Todos nós violámos as restrições da Covid-19. Isso não desculpa o meu comportamento, mas sinto que é injusto o Manchester City destacar-me da maneira que eles fizeram. A diferença entre mim e os outros jogadores do Manchester City é que fui eu quem foi falsamente acusado de violação e humilhado publicamente», acrescentou.
Sem referir a que jogadores se refere, Mendy alega que não agiu de forma diferente dos restantes colegas.
«Não posso deixar de sentir que o clube está a tentar pintar uma narrativa de que eu estava a agir de forma imprudente, e a minha suposta imprudência levou-me a ser preso por crimes que não cometi. (…) Gostaria apenas de enfatizar que, na época em questão, eu não estava a fazer nada diferente de vários jogadores da equipa principal do Manchester City.»
Vincent Kompany, David Silva e Kyle Walker foram alguns dos capitães do Manchester City durante o percurso de Mendy no clube.
Durante o julgamento, o atual jogador do Lorient, da segunda divisão francesa, confessou que organizou noitadas em dias em que deveria descansar, mas desculpou os atos com a morte do pai.
«Eu estava tão pronto, disposto e capaz de desempenhar as minhas funções quanto os outros jogadores do Manchester City. O Manchester City sabia que estavam nas festas e, por conta do Manchester City, agi de forma imprudente. Não estou ciente, no entanto, de que o Manchester City tenha deduzido ou suspendido o pagamento de qualquer um dos outros jogadores, mesmo quando era de conhecimento público que tais jogadores tinham estado nas festas. Portanto, sinto que é incrivelmente injusto que o Manchester City me tenha colocado à parte quando eu não estava a fazer nada diferente do resto da equipa», frisou.
«Sterling, Bernardo Silva e Mahrez emprestaram-me dinheiro»
Nos documentos judiciais, citados pela imprensa inglesa, Mendy revelou que Bernardo Silva, um dos melhores amigos do francês, foi um dos jogadores que lhe emprestou dinheiro para suportar as despesas.
O lateral-esquerdo «ficou sem dinheiro muito rapidamente» e teve de vender a mansão para pagar despesas judiciais e a pensão de alimentos dos filhos.
«Raheem Sterling, Bernardo Silva e Riyad Mahrez emprestaram-me dinheiro para me ajudar a tentar pagar os honorários dos advogados e sustentar a minha família», contou.
«Acredito que é justo e equitativo que eu receba o salário que teria ganho se não tivesse sido preso injustamente por crimes que não cometi», apontou ainda.
Mendy foi considerado inocente, em janeiro de 2023, nas seis acusações de violação e numa acusação de agressão sexual. Já em julho, foi absolvido noutro caso de violação.