As propostas são normalmente apenas recebidas pelos representantes da Comissão Europeia, BCE e FMI, mas a ministra portuguesa, por ser representante de um país intervencionado, quis assegurar mais informação para os pequenos países e ser informada das medidas de austeridade que a Grécia vai apresentar para ter direito a mais dinheiro europeu.
Depois da solução transitória encontrada em Bruxelas, nos corredores do Eurogrupo, correu a informação de que Portugal e Espanha tinham sido os países que tinham tentado travar o acordo grego. A informação começou a fazer eco e o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, veio desmentir que tivesse existido um travão.
Já o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, viu-se obrigado a recorrer à «boa educação» quando Questionado sobre eventuais reservas manifestadas por Espanha e Portugal em relação ao acordo. O ministro grego assumiu que a questão o colocava numa posição difícil.
Varoufakis defendeu ainda que o novo entendimento na Europa deverá permitir «a países como a Grécia, e Portugal, devo dizer, crescer superando a crise para podermos salvas as nossas dívidas».«Está a colocar-me numa situação difícil, porque eu prometi dizer a verdade. Mas ao mesmo tempo há algo a que se chama boas maneiras. A ministra portuguesa das Finanças e o ministro espanhol são meus colegas no Eurogrupo, mas têm as suas próprias prerrogativas. Foi claro, pelas posições que manifestaram, que foram motivados por essas prerrogativas e eu respeito isso. Também é verdade que a Grécia pediu emprestado um valor significativo a estes países. Ok? À Espanha foram 20 mil milhões, não a Portugal, mas Portugal é muito mais pequeno, certo? Mas mesmo que olhemos ao rendimento per capita de Portugal não foi irrelevante», disse.