Vírus da sida pode ser combatido através de tratamento genético

A combinação de medicamentos para combater o vírus VIH/sida poderia ser substituída por um tratamento genético, de acordo com um estudo publicado por investigadores da Universidade da Pensilvânia na revista Science Translational Medicine, avança a agência Efe

Liderada pelo médico oncologista David DiGiusto, a equipa de investigadores desenvolveu uma técnica que passa pela inserção de genes na corrente sanguínea dos doentes.

O procedimento foi realizado em doentes com linfoma, um cancro no sangue, e que é uma das manifestações mais habituais nas pessoas com sida. Os tratamentos mais utilizados nestes doentes são a quimioterapia, em conjunto com a extracção parcial da medula óssea para possibilitar um transplante dos seus próprios glóbulos vermelhos não infectados.

O estudo norte-americano incluiu quatro pacientes, que receberam um vector com genes antivírus juntamente com as células de um transplante normal. No interior das células, o vector transmitiu três factores diferentes, que diminuíram a multiplicação do vírus.

Nenhum destes pacientes mostrou sintomas de intoxicação sanguínea. A pesquisa revelou também que, 18 meses depois, o número dos antivírus tinha aumentado em dois dos quatro pacientes.

Os resultados indicam que a técnica é aparentemente segura e que as células que receberam os genes sobreviveram. No entanto, os cientistas admitiram que há obstáculos e que o próximo passo é assegurar que as células sanguíneas receptoras dos genes de protecção não sejam destruídas pelo sistema imunológico do paciente.

É também necessário assegurar a multiplicação dessas células e que todas contenham os factores contra o VIH, conclui o estudo.