Stuart Wheeler, um dos principais financiadores do UKIP, que já doou centenas de milhares de libras ao partido, afirmou, numa entrevista à “BBC Radio 5 Live”, que é tempo de “algo mais calmo”, no que diz respeito à liderança do UKIP. Mais, Wheeler considera que Farage está exausto e devia ter mantido a demissão até às eleições internas que vão decorrer no outono.
Com um referendo sobre a integração na União Europeia no horizonte, prometido por David Cameron logo após a vitória eleitoral, Wheeler defende que Farage é uma figura muito “agressiva” e pouco consensual para liderar o UKIP num período que poderá ser crucial para o partido que, como se sabe, é eurocético.
Uma posição que também é defendida pelo tesoureiro do partido, Hugh Williams.
Mas as tensões no UKIP não ficam por aqui. Patrick O'Flynn, que geriu a campanha eleitoral do partido, afirmou, numa entrevista ao "The Times", que Farage se tornou num homem muito “agressivo” durante a campanha eleitoral.“Ele é o melhor performer político do país, mas deverá haver um momento – e acho que esse momento é agora – em que ele tem de deixar o partido existir em si mesmo. Há um grande perigo de o partido ser visto como o partido de Nigel Farage em vez do partido UKIP.”
Mais tarde, O’Flynn acabou por dizer à Sky News que, afinal, até apoia Farage na liderança do partido, mas não os seus consultores “venenosos” que, considera, terem tentado aproximar a linha do partido da do Tea Party norte-americano.
Esta quinta-feira, Raheem Kassam, braço-direito de Farage e um dos membros do partido que O’Flynn tinha referido, confirmou que abandonou o UKIP. Também Matthew Richardson, outro dos visados terá apresentado a sua demissão.
Recorde-se que o partido antieuropeu só conseguiu eleger um deputado para a Câmara dos Comuns, quando ambicionava tornar-se a terceira força política.