Poucos produtos de taxa crescente valem o investimento - TVI

Poucos produtos de taxa crescente valem o investimento

Ratoeira

Deco analisou rentabilidade de 40 depósitos e obrigações e concluiu que têm sido a «galinha dos ovos de ouro» dos bancos este ano

São poucos os produtos com taxa crescente que valem o investimento feito, de acordo com o estudo feito pela Associação de Defesa do Consumidor. Aliás, a revista «Proteste Poupança» fala mesmo em ilusão de taxa crescente em 40 produtos analisados.

A Deco realça que, este ano, os depósitos e obrigações ditos «de taxa crescente» têm sido a galinha dos ovos de ouro dos bancos, depois da moda nos investimentos em 2008 terem sido os «super depósitos».

Fortes restrições à movimentação

De referir que estes produtos são aplicações até 5 anos, cuja rentabilidade aumenta com o passar do tempo, mas que segundo a instituição nem sempre são alternativa às aplicações tradicionais de curto prazo, como os bancos fazem crer. «A maioria dos produtos de taxa crescente a 3 anos rendem mais do que a média dos depósitos a um ano (2% contra 0,9%), mas ficam aquém dos melhores (2,2%). Estes investimentos têm ainda fortes restrições à mobilização».

A associação dá ainda exemplos: no «poupança cresce mais B», é possível movimentar o capital 15 dias antes de receber juros, mas perde o que ganhou no ano decorrido. No «millennium rendimento trimestral» e «obrigações BPI rendimento» arrisca-se a perder parte do capital, se resgatar antes do prazo.

Confiar na publicidade «é um erro»

Desta forma, a Deco alerta os consumidores para que confiar na publicidade é um erro: regra geral, a rentabilidade anunciada é válida só no último período e não está líquida de impostos. Ou seja, em vez de taxas até 5,05%, o subscritor recebe no máximo 3,2% efectivos líquidos («Montepio crescimento garantido»). Outro exemplo: o slogan da «conta rendimento cr», do BES, divulga que «apenas 4,25% é garantido», mas rende 2,4% líquidos ao ano e só se mantiver a aplicação até ao final do prazo.

A associação aconselha também a «não se comprometer com aplicações até 5 anos, com restrições à mobilização e rendimento pouco acima dos melhores depósitos», uma vez que não é possível prever a evolução das taxas e tudo apontar para subidas nos próximos anos.

Por fim, a «Proteste Poupança» recomenda comparar a taxa anual efectiva líquida (TAEL) do primeiro ano e do prazo total destes produtos com os melhores depósitos. Veja as penalizações, se quiser mexer no dinheiro antes de o investimento terminar. Regra geral, é preferível fazer uma gestão activa da poupança: escolha o melhor depósito e renove à taxa mais alta.
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