Eleições legislativas na Irlanda, uma repetição de 2020? Projeções apontam para empate técnico a três, com ligeira vantagem para o Sinn Féin - TVI

Eleições legislativas na Irlanda, uma repetição de 2020? Projeções apontam para empate técnico a três, com ligeira vantagem para o Sinn Féin

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  • 30 nov, 10:16
Eleições República Irlanda (Bryan Meade/EPA)

Uma sondagem à boca da urna do instituto Ipsos B&A, divulgada no rescaldo das eleições legislativas da República da Irlanda, na sexta-feira à noite, está a apontar para um empate técnico entre os três maiores partidos do país, com 21% dos votos para o partido de centro-direita Fine Gael, 19,5% para o Fianna Fáil, seu parceiro de coligação, e 21,1% para o Sinn Féin, de centro-esquerda.

Os resultados estão dentro da margem de erro de 1,4% e, dada a complexidade do sistema de representação proporcional dos 43 distritos eleitorais, a contagem de votos só deverá terminar dentro de alguns dias.

O cenário é semelhante ao de 2020, quando um empate técnico entre os três partidos levou os dois partidos de centro-direita a coligarem-se, sob um acordo de rotação de cargos ministeriais, incluindo o cargo de Taoiseach, o primeiro-ministro irlandês.

O líder do Fianna Fáil, Micheál Martin, serviu como chefe do Governo na primeira metade do mandato e foi depois substituído por Leo Varadkar, do Fine Gael, que assumiu o cargo em dezembro de 2022, seguido do atual primeiro-ministro, Simon Harris, após ter renunciado ao posto em março.

A coligação foi formada após os dois partidos terem recusado alianças com o Sinn Féin, um partido favorável à reunificação da Irlanda com a Irlanda do Norte, que venceu o voto popular em 2020 e que poderá voltar a vencê-lo.

Apesar da margem de erro do inquérito, Matt Carthy, diretor de campanha do Sinn Féin, já se congratulou com a possível vitória, dizendo à emissora estatal RTÉ que “existem todas as possibilidades de emergir destas eleições como o maior partido político” do país.

Mesmo que vença, com as projeções a apontarem para a eleição de 174 deputados ao Dáil (câmara baixa do Parlamento), é improvável que o Sinn Féin consiga formar uma coligação de Governo, já que os dois partidos ainda no poder voltaram a rejeitar qualquer aliança, citando as suas políticas de esquerda e a sua ligação ao grupo militante IRA, responsável por mais de três décadas de luta armada na Irlanda do Norte.

A confirmarem-se as previsões, é provável que Fine Gael e Fianna Fáil, os dois partidos que têm dominado a política irlandesa no último século e cujas origens remontam a barricadas opostas durante a Guerra Civil dos anos 1920, voltem a coligar-se para governar.

Ao contrário da maioria dos países europeus, a República da Irlanda não tem um partido de extrema-direita bem instalado, mas houve uma grande movimentação de vozes da extrema-direita nas redes sociais ao longo da campanha em apoio a candidatos independentes anti-imigração.

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