Isabel dos Santos acusa Angola de enganar Portugal e critica juiz Carlos Alexandre: "Está a prejudicar famílias portuguesas" - TVI

Isabel dos Santos acusa Angola de enganar Portugal e critica juiz Carlos Alexandre: "Está a prejudicar famílias portuguesas"

Em entrevista exclusiva à TVI e à CNN Portugal, a empresária angolana critica o arresto e congelamento dos seus bens

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Só nos tribunais portugueses são 17 os processos em que Isabel dos Santos tem o seu nome envolvido. A outrora mulher forte de empresas como a Galp ou a NOS diz que a justiça portuguesa está ainda a tentar perceber se as alegações que existem contra si são ou não verdade, ao mesmo tempo que acusa as autoridades angolanas de terem forjado provas e terem enganado as autoridades portuguesas.

Em entrevista à TVI e à CNN Portugal, a empresária nega que tenha havido dinheiro da Sonangol retirado para seu benefício próprio, uma alegação que é a base da investigação que as autoridades angolanas têm contra si. Investigação essa que chegou a Portugal, segundo Isabel dos Santos, por intermédio de um acordo previsto na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que obriga um Estado-membro a atender a um pedido de um outro parceiro quando aberto um processo-crime.

Só que, segundo Isabel dos Santos, "bizarramente", não existe nenhum processo-crime em Angola. "Há uma decisão forjada do juiz do Tribunal Supremo de Angola, que é enviada para Portugal e Portugal pega e age sobre essa decisão forjada", diz, alegando que a abertura de processos em Portugal se fez com base em documentos inexistentes e falsificados por Angola.

Parte da consequência desses processos são o arresto e congelamento de contas e bens que a empresária tem em Portugal - empresas como a Efacec, entretanto nacionalizada, que Isabel dos Santos diz terem ficado sem forma de pagar as suas contas, incluindo os salários dos trabalhadores, depois de uma decisão de Carlos Alexandre, ainda que não tenha mencionado o nome do juiz.

Aliás, para Isabel dos Santos, esta decisão não só prejudica as suas empresas como as famílias portuguesas: "Quando um juiz português não autoriza uma empresa minha a pagar salários aos trabalhadores está a prejudicar famílias portuguesas." A empresária diz mesmo que essa decisão de arresto consiste numa condenação prévia por parte da justiça portuguesa.

Numa entrevista que é concedida poucos dias depois de um polémico livro do ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que afirma que o primeiro-ministro António Costa favoreceu Isabel dos Santos, a empresária angolana garante que as relações que teve em Portugal foram sempre empresariais.

"Não tive contactos com o governo, a não ser os normais das empresas. A minha relação com Portugal foi sempre através dos investimentos privados", sublinha a empresária.

Questionada diretamente sobre a alegada interferência de António Costa, Isabel dos Santos diz desconhecer a existência da tal chamada telefónica, reiterando que os seus contactos foram sempre ao nível empresarial.

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