Israel responde ao Hezbollah com "ataque direcionado" a Beirute. Principal alvo terá sido morto - TVI

Israel responde ao Hezbollah com "ataque direcionado" a Beirute. Principal alvo terá sido morto

Tratou-se de uma retaliação ao ataque nos Montes Golã que matou 12 crianças. Teme-se uma escalada do conflito no Médio Oriente

Israel realizou esta terça-feira um “ataque direcionado” aos subúrbios de Beirute, capital do Líbano, numa área a sul da cidade que é encarada como um reduto do Hezbollah.

O alerta surgiu ao final da tarde, depois de ouvida uma forte explosão, seguida de uma densa nuvem de fumo. O ataque foi realizado com recurso a um drone que lançou três rockets contra um edifício denominado Al Rabiaa. Há a registar pelo menos dois mortos. Uma fonte próxima ao Hezbollah adiantou à EFE que um total de 68 pessoas ficaram feridas, algumas delas em estado crítico, sendo transportadas para três hospitais da capital libanesa.

As Forças de Defesa israelitas assumiram a responsabilidade pelo ataque, que diz ter sido concluído.

Tratou-se de uma retaliação ao ataque nos Montes Golã que matou 12 crianças. Israel e os Estados Unidos da América culparam o Hezbollah pelo ataque. Contudo, o Hezbollah sempre rejeitou as acusações.

Depois do ataque, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que o Hezbollah “passou a linha vermelha”. Fonte israelita ouvida pela CNN explicou que Telavive quis enviar uma "forte mensagem" aos membros do Hezbollah, mas que não deseja uma escalada do conflito.

Segundo a imprensa internacional, o alvo do ataque era Muhsin Shukr, responsável pelas operações do Hezbollah, também conhecido como Fuad Shukr. As primeiras informações davam conta de que sobreviveu ao ataque. Entretanto, a rede noticiosa israelita Kan, controlada pelo Estado, refere que foi morto. Shukr teve um papel central num atentado em 1983 que matou mais de 200 militares americanos em Beirute.

Segundo a ANN, citada pela agência Efe, o ataque aos subúrbios a sul de Beirute conhecidos como Dahye, um importante bastião do grupo xiita Hezbollah, foi realizado hoje com uma aeronave não tripulada (drone) que lançou três ‘rockets’ contra o edifício denominado Al Rabiaa, “que era o alvo do bombardeamento hostil em torno do Hospital Bahman”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Líbano, Abdallah Bou Habib, condenou o ataque e avançou que há planos para apresentar uma queixa junto das Nações Unidas. Já o primeiro-ministro do Líbano Najib Mikati classificou este episódio como um “ato criminoso”, apelando “à comunidade internacional para que assuma as suas responsabilidades e pressione Israel para parar as suas agressões e ameaças e implementar resoluções internacionais”.

Israel informou os Estados Unidos antes do ataque. Entretanto, a Casa Branca fez saber que acredita que a guerra entre Israel e o Hezbollah não é inevitável.

A embaixada do Irão – país que apoia o Hezbollah - no Líbano condenou o ataque israelita em Beirute, classificando-o como uma ação “cobarde e pecaminosa”.

Também o Hamas, que está em guerra com Israel, condenou o ataque desta terça-feira em Beirute, considerando-o uma “escalada perigosa”.

Igualmente os houthis do Iémen, que também estão em conflito com Israel, condenaram o ataque a Beirute, classificando-o como uma “clara violação” da soberania libanesa.

A comunidade internacional está preocupada com o facto de estes ataques conduzirem a uma guerra aberta na fronteira entre Israel e o Líbano, que vive o seu pico de tensão mais elevado desde 2006, quando o Exército israelita e o Hezbollah já travaram uma guerra.

Esta manhã, Israel tinha atacado já 10 alvos do Hezbollah em várias regiões do Líbano, matando outro combatente do grupo; enquanto a milícia xiita lançou várias rajadas de ‘rockets’ em direção ao norte, matando um civil israelita.

A fronteira entre Israel e o Líbano tem vivido desde outubro uma intensa troca de tiros, que custou a vida a mais de 560 pessoas, a maioria do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou cerca de 355 vítimas, algumas na Síria, além de cem civis.

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