Começou a retaliação do Irão aos ataques israelitas das últimas horas. Alertas de ataque aéreo soaram em Telavive e Jerusalém e, pouco depois, feixes de luz iluminaram o céu noturno em Israel. Era a Iron Dome a funcionar, ainda que alguns projéteis tenham conseguido passar o avançado sistema de defesa antiaérea.
Nas imagens em direto, parecia fogo de artifício, mas era a primeira de uma duas (ou três) vagas de mísseis que dava início à retaliação do Irão contra Israel, confirmada minutos depois pela agência de notícias IRNA.
“Há momentos, com o lançamento de centenas de mísseis balísticos em direção aos territórios ocupados, começou a operação de resposta decisiva ao ataque selvagem do regime sionista”, informou a agência de notícias oficial do Irão, IRNA.
Segundo o Times of Israel, que cita uma fonte militar israelita, estima-se que tenham sido lançados cerca de 100 mísseis balísticos iranianos contra Israel logo na primeira vaga. Muitos outros na que se seguiu. Nas imagens em direto, era possível ver a formação de uma coluna de fumo no meio dos prédios no centro de Telavive, não sendo possível perceber se o fumo se devia aos mísseis ou às interceções.
Ao mesmo tempo, o Líder Supremo do Irão acusava Israel de ter "lançado a guerra" e prometia "infligir golpes pesados" como resposta aos ataques israelitas da madrugada desta sexta-feira.
Depois, seguiu-se uma nova onda de mísseis. "O ataque está em curso. Dezenas de outros mísseis foram lançados em direção ao Estado de Israel", declararam as Forças de Defesa de Israel (IDF).
Há informações contraditórias quanto ao número de vagas e até quanto ao número de mísseis: enquanto o Irão diz ter lançado três vagas de centenas de mísseis balísticos, Israel diz que Teerão disparou menos de 100 mísseis em duas vagas.
Citado pelo Times of Israel, o porta-voz do exército israelita, Effie Defrin, diz que a maioria dos mísseis foi intercetada pelas defesas aéreas ou não chegaram a atingir o país. E garantiu que alguns dos "impactos" em edifícios resultaram da interceção dos mísseis.
O ataque ainda estava em curso quando Benjamin Netanyahu divulgou um vídeo para fazer um apelo aos iranianos para que aproveitem este momento "frágil" e derrubem o regime iraniano.
"O regime iraniano nunca esteve tão frágil. Esta é uma oportunidade para o povo iraniano se erguer contra o regime", declarou. "À medida que alcançamos o nosso objetivo, também estamos a abrir caminho para que vocês alcancem a liberdade", acrescentou.
Benjamin Netanyahu garantiu que mais ataques israelitas "estão a caminho". "O regime não sabe o que o atingiu, nem o que o vai atingir. Nunca esteve tão frágil. Esta é a vossa oportunidade para se erguerem e fazerem ouvir as vossas vozes", apelou.
Prime Minister Benjamin Netanyahu:
— Prime Minister of Israel (@IsraeliPM) June 13, 2025
To the proud people of Iran,
We are in the midst of one of the greatest military operations in history, Operation Rising Lion.
The Islamic regime, which has oppressed you for almost 50 years threatens to destroy our country, the State of Israel. pic.twitter.com/F67bxcDitL
Antes do ataque, os militares israelitas foram surpreendidos com um aviso de ataque aéreo. O porta-voz das IDF, Effie Defrin, fazia um briefing aos jornalistas quando a transmissão em direto "terminou inesperadamente", relata a agência Reuters.
De acordo com o Times of Israel, o porta-voz do exército israelita respondia a perguntas dos jornalistas no quartel-general militar de Kirya, em Telavive, quando se ouviu um aviso num altifalante a anunciar que a base estava a entrar em “standby defensivo”, um alerta que significa que se está a preparar para um ataque.
O porta-voz das IDF garantia na altura que Israel tem capacidade para se defender a si próprio de "qualquer retaliação do Irão" sem ajuda dos aliados.