Cidades alagadas, dezenas de desaparecidos e milhares de desalojados nas piores cheias dos últimos 100 anos em Itália - TVI

Cidades alagadas, dezenas de desaparecidos e milhares de desalojados nas piores cheias dos últimos 100 anos em Itália

Há pelo menos 14 mortos. A madrugada desta quinta-feira foi de muito trabalho para bombeiros e voluntários, que se desdobraram em centenas de operações de resgate por toda a região. As cheias já obrigaram ao cancelamento do Grande Prémio de Fórmula 1

Pelo menos 14 mortos, dezenas de desaparecidos e pelo menos 20 mil desalojados. É este o balanço provisório das cheias mais catastróficas dos últimos 100 anos em Itália. A chuva intensa provocou grandes inundações na região de Emilia-Romagna, no norte do país. Em 36 horas, choveu o mesmo que em seis meses, os rios transbordaram e 24 municípios ficaram alagados. Em Rimini, foi mesmo declarado o estado de emergência. 

As imagens impressionam e mostram várias localidades completamente alagadas. A madrugada desta quinta-feira foi de muito trabalho para bombeiros e voluntários, que se desdobraram em centenas de operações de resgate por toda a região. Quarenta e seis idosos foram retirados de um lar, que ficou completamente inundado, em Marche. Muitas pessoas que procuraram refúgio em telhados e terraços foram retiradas com recurso a helicópteros.

Trabalhámos toda a noite à chuva. Em alguns casos, carregámos idosos nos braços e fomos nós que os transportámos até aos abrigos", contou Paolo Meoni, um dos voluntários em Cesena, ao jornal La Nazione. 

A imprensa italiana dá conta de dezenas de idosos e pessoas com mobilidade reduzida que ficaram presas, em casa, por causa das cheias. Entre as vítimas mortais está um casal de idosos que não conseguiu sair da habitação, em Cava. “Ouvimos os gritos por ajuda. Tentámos tirá-los de lá, mas foi inútil”, afirmou um vizinho ao jornal Il Messaggero. Sabe-se que um homem, de 80 anos, morreu afogado na cave ao tentar proteger os seus pertences, e que outro, de 76, foi atingido por uma enxurrada no jardim.

O autarca da região de Emilia-Romagna, Stefano Bonaccini, comparou o cenário de destruição provocado pelas cheias ao que se verificou após o sismo de 2012, que fez 28 mortos: "Vamos ter de reconstruir tudo como fizemos quando aconteceu o sismo", afirmou o governante ao canal Rai 3. 

Pierluigi Randi, o presidente da associação de meteorologistas Ampro, afirmou ao jornal La Repubblica que estas são as piores cheias do último século na região. Antes das cheias, Emilia-Romagna estava a ser afetada por uma situação de seca meteorológica. "Temos de nos preparar para estes cenários, é a crise climática", afirmou Randi. 

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, já assegurou que o governo vai ajudar as áreas mais afetadas, o que poderá acontecer através de um decreto-lei. 

As cheias já obrigaram ao cancelamento do Grande Prémio de Fórmula 1 que ia decorrer na região, este fim de semana. Em comunicado, a organização explicou que, depois de reuniões com as autoridades locais e com o governo italiano, chegou à conclusão de que não estavam reunidas as condições de segurança necessárias.

Entretanto, a região de Emilia-Romagna permanece em alerta vermelho até sexta-feira, não por causa da precipitação forte, mas devido ao risco de derrocadas e deslizamentos de terra.

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