NATO diz que "não há provas de que a China tenha enviado armas letais para a Rússia". Mas "há sinais" de que Putin as pediu - TVI

NATO diz que "não há provas de que a China tenha enviado armas letais para a Rússia". Mas "há sinais" de que Putin as pediu

  • CNN Portugal
  • AM/BC
  • 21 mar 2023, 19:05
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, em reunião com os líderes do Grupo dos Nove, na Polónia (Mandel Ngan/AFP via Getty Images)

Jens Stoltenberg diz que se a China fornecesse "ajuda letal" à Rússia estaria a apoiar uma "guerra ilegal". E avisa que se "quer levar a paz a sério, a China deveria começar por ouvir e entender a perspetiva de Kiev"

Relacionados

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu a Pequim para não fornecer armamento a Moscovo, numa altura em que deixou o alerta de que os dois países "estão cada vez mais próximos". 

Falando aos jornalistas em Bruxelas, Stoltenberg admitiu que, até agora, "não há provas de que a China tenha enviado armas letais para a Rússia". "Mas temos visto alguns sinais de que terá sido um pedido da Rússia e que esta matéria está a ser ponderada pelas autoridades chinesas", disse o secretário-geral da NATO durante a apresentação do Relatório Anual de 2022.

Depois dos EUA terem citado contactos ao mais alto nível que indicam que Pequim fornece armas a Moscovo, agora a NATO vem dizer que apesar de "haver vários indícios" de que essa ajuda foi solicitada por parte de Putin, a Aliança não tem provas de que o mesmo tenha acontecido. E Stoltenberg deixa mesmo um alerta a Xi Jinping, que acaba de se reunir com o presidente russo em Moscovo. 

"A China não deve fornecer à Rússia ajuda letal, seria apoiar uma guerra ilegal e só prolongaria o conflito. Se quer levar a paz a sério, a China deveria começar por ouvir e entender a perspetiva de Kiev e estabelecer contactos com o presidente Zelensky", sublinhou. 

Sete dos 30 países da NATO não atingiram meta de 2% do PIB para a Defesa

Sete dos 30 países membros da NATO não atingiram a meta de 2% do PIB para a Defesa em 2022, revelou o secretário-geral da NATO durante a apresentação em Bruxelas. É menos um país do que em 2021, antes da invasão russa da Ucrânia, salientou Stoltenberg, pedindo à Aliança Atlântica que reforce o investimento em Defesa de forma mais célere.

Em Bruxelas, numa conferência de imprensa na sede da NATO, o responsável revelou que era esperado que mais dois países atingissem a meta dos gastos de 2% do PIB em Defesa. "Mas porque o PIB aumentou mais do que o esperado para dois dos aliados, dois que esperávamos que estivessem nos 2% estão agora ligeiramente abaixo", explicou Stoltenberg, citado pela Reuters.

O secretário-geral da NATO não revelou quais os países que atingiram o objetivo, remetendo para o relatório anual da Aliança Atlântica, que deve ser divulgado ainda esta terça-feira.

Portugal deverá continuar a ser um dos países membros da NATO com um investimento abaixo dos 2% do PIB em Defesa. No ano passado, o primeiro-ministro português afirmou que não se podia "objetivamente comprometer" com uma data para atingir esta meta. 

Em junho de 2022, numa cimeira dos chefes de Estado e de governo da NATO, António Costa dizia que Portugal iria cumprir o objetivo que tinha assumido por escrito para 2024, de atingir 1,66% do Produto Interno Bruto para a Defesa.

Continue a ler esta notícia

Relacionados