Contribuição extraordinária paga pelo setor energético “é o imposto mais estúpido que há", diz CEO da Greenvolt - TVI

Contribuição extraordinária paga pelo setor energético “é o imposto mais estúpido que há", diz CEO da Greenvolt

  • Agência Lusa
  • AM
  • 20 set 2022, 13:45
João Manso Neto

João Manso Neto recusa ideia de que elétricas têm lucros excessivos

O presidente executivo da Greenvolt, João Manso Neto, afirmou esta terça-feira que não há lucros excessivos nas elétricas e lembrou que as energéticas já pagam uma contribuição extraordinária, que classificou como um imposto “estúpido”, porque penaliza quem mais investe.

Falando na abertura da conferência “Fiscalidade no OE2023” promovida pelo Global Media Group, João Manso Neto começou por referir não saber bem “quem em Portugal tem lucros excessivos".

“Lucros excessivos? Na eletricidade não vejo onde estão. Nas renováveis não estão de certeza”, disse o gestor para referir que a questão da tributação dos lucros excessivos, lhe parece “disparatada” e questionando, em relação às petrolíferas – setor que reconheceu conhecer menos bem – o que se faria quando as margens de refinação descem: “Também pagam?”.

O gestor referiu ainda que o setor energético já está sujeito a uma contribuição extraordinária, criada durante o período da troika, considerando que devia acabar pois “é o imposto mais estúpido que há, porque quanto mais se investe mais se paga”.

Falando num painel que tinha por tema geral “O choque fiscal é fundamental. Como pode a abordagem aos impostos no OE2023 ajudar famílias e empresas", João Manso Neto manifestou-se ainda contra políticas que considerem a atribuição de mais subsídios.

“Concordo com o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais [que fez a intervenção na abertura desta conferência] quando diz que a transição energética é essencial”, mas “não concordo quando se diz que são necessários mais subsídios. Não é esse o ponto”, afirmou o CEO da Greenvolt.

João Manso Neto disse ainda que neste momento o “PRR [Programa de Recuperação e Resiliência] está a ter um efeito perverso porque há investimentos que se fazem, que se pagam e que não estão a ser feitos porque estão à espera do PRR”.

O gestor referiu que, se por um lado se pode considerar que a burocracia do Estado atrasa alguns investimentos, também há culpas do lado das empresas porque “não investem”.

João Manso Neto admitiu também que haja apoios a algumas empresas e famílias, mas “sem exagerar”.

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