Morreu o economista e banqueiro João Salgueiro - TVI

Morreu o economista e banqueiro João Salgueiro

  • Paulo Magalhães
  • 17 fev 2023, 23:40
João Salgueiro

O antigo vice-governador do Banco de Portugal tinha 88 anos. Em 1985, concorreu à liderança do PSD, tendo perdido para Cavaco Silva

"Portugal perdeu hoje um dos seus mais brilhantes economistas da segunda metade do século XX" , escreve o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada no site da presidência, sobre João Salgueiro, economista, banqueiro e político que morreu esta sexta-feira.

João Salgueiro "teve um papel particularmente importante no planeamento económico, no nascimento das regiões plano, que viria a dar origem às CCDR, na tentativa, falhada, de modernização no tempo de Marcello Caetano, no setor bancário público nos anos 70 e 80, no Ministério das Finanças, na liderança de uma das mais importantes sensibilidades dentro do PPD-PSD e, durante 50 anos, na SEDES, de que foi inspirador, presidente e figura tutelar, na transição para a a Democracia e até ao século XXI", evoca o Presidente, agradecendo "o seu constante e sempre prospetivo contributo cívico".

João Salgueiro era licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras ISEG) da Universidade Técnica de Lisboa, e pós-graduado em Planeamento Económico e Contabilidade Pública pelo Instituto de Estudos Sociais de Haia, nos Países Baixos.

Iniciou a sua carreira no Banco de Fomento Nacional e foi presidente da Associação de Bancos Portugueses, chegando a vice-governador do Banco de Portugal.

Na política, depois de ter presidido à Juventude Universitária Católica, participou na fundação da SEDES - Associação Para o Desenvolvimento Social e Económico. Em 1969 foi nomeado subsecretário de Estado do Planeamento, por Marcello Caetano, cargo que ocupou até 1971.

Depois do 25 de Abril aderiu ao Partido Social Democrata (PSD). Foi Ministro de Estado, das Finanças e do Plano do VIII Governo Constitucional, de Pinto Balsemão, entre 1981 e 1983.

Em 1985, concorreu à liderança do PSD: perdeu, inesperadamente, por apenas 57 votos contra Aníbal Cavaco Silva, ex-ministro das Finanças de Sá Carneiro, futuro primeiro-ministro e Presidente da República.

Foi membro do Conselho Económico e Social e colaborador da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, onde regeu o Seminário de Economia Europeia.

Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo e, em 2021, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

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