Descobertos mais documentos confidenciais em casa de Joe Biden. Caso vai ser investigado por procurador especial - TVI

Descobertos mais documentos confidenciais em casa de Joe Biden. Caso vai ser investigado por procurador especial

  • Agência Lusa
  • RL
  • 12 jan 2023, 20:03
Joe Biden (AP)

Documentos confidenciais foram encontrados na residência privada do presidente dos Estados Unidos, em Delaware, e num escritório em Washington

O procurador-geral norte-americano, Merrick Garland, nomeou esta quinta-feira e  um procurador especial para investigar a descoberta de documentos confidenciais na residência privada do presidente, Joe Biden, em Delaware, e num escritório em Washington.

O anúncio ocorreu após o reconhecimento de Biden, na manhã desta quinta-feira, de que um documento marcado como confidencial, da época em que era vice-presidente do país (2009-2017), foi encontrado na sua biblioteca pessoal em Wilmington, Delaware, juntamente com outros ficheiros encontrados na sua garagem, os quais se juntam a um primeiro lote de documentos classificados que já haviam sido encontrados no Penn Biden Center, um 'think tank' ligado à Universidade da Pensilvânia e que o atual chefe de Estado utilizava como escritório pessoal.

Robert Hur, o ex-procurador nomeado por Trump para Maryland, liderará a investigação, substituindo o principal procurador do Departamento de Justiça em Chicago, John Lausch, anteriormente designado pelo Departamento para investigar o assunto. Hur deve começar o seu trabalho em breve.

"Conduzirei a investigação designada com justiça, imparcialidade e com um julgamento desapaixonado", disse Hur em comunicado após a sua nomeação.

"Pretendo acompanhar os factos de forma rápida e completa, sem medo ou favor e honrarei a confiança em mim depositada para realizar este serviço", acrescentou.

Hur era também um aliado próximo do ex-subprocurador-geral Rod Rosenstein, uma figura-chave na investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência russa nas eleições de 2016 nos Estados Unidos e os contactos entre os associados do então candidato Trump e autoridades russas. Também trabalhou como consultor do diretor do FBI, Christopher Wray, no Departamento de Justiça.

Também com recurso a um procurador especial nomeado por Garland, o Departamento de Justiça está já a investigar a retenção por parte do ex-presidente Donald Trump de mais de 300 documentos confidenciais, que foram encontrados na sua mansão em Mar-a-Lago, na Florida.

Embora as situações sejam factual e legalmente diferentes, a descoberta de documentos confidenciais em dois locais separados ligados a Biden - bem como a nomeação de um novo procurador especial - poderão ter impacto em qualquer processo que o Departamento pudesse instaurar contra Trump.

Biden disse hoje a jornalistas na Casa Branca que está a "cooperar total e completamente" com uma investigação do Departamento de Justiça sobre a descoberta de informações classificadas e registos do Governo na sua casa e num escritório particular que por vezes utilizava como local de trabalho.

O Presidente não revelou quando é que este segundo grupo de documentos foi encontrado. Disse apenas que a revisão dos possíveis locais de armazenamento feita pelos seus advogados foi concluída na noite de quarta-feira. 

Os advogados encontraram o primeiro conjunto de documentos confidenciais em 02 de novembro, poucos dias antes das eleições intercalares do ano passado, mas só revelaram publicamente essa descoberta na segunda-feira.

Na sequência do anúncio da nomeação de um novo procurador, a Casa Branca informou que está  "confiante de que uma revisão completa mostrará que esses documentos foram extraviados inadvertidamente, e o Presidente e seus advogados agiram prontamente ao descobrir esse erro".

 O novo líder da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, pediu hoje ao Congresso norte-americano a abertura de uma investigação sobre os documentos confidenciais encontrados na residência privada do Presidente do país.

"O Congresso deve investigar este caso", disse McCarthy à imprensa, considerando-o "um novo passo em falso da administração Biden".

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