Sócrates, que está "enojado", apresenta queixas contra Ministério Público e Caixa Geral de Depósitos - TVI

Sócrates, que está "enojado", apresenta queixas contra Ministério Público e Caixa Geral de Depósitos

  • CNN Portugal
  • BC
  • 24 fev 2023, 10:50
José Sócrates na chegada ao Campus de Justiça, para ser ouvido pela juíza Margarida Alves sobre viagens ao Brasil (José Sena Goulão/ Lusa)

"O Ministério Público parece ter perdido qualquer sentido de decência"

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O ex-primeiro-ministro José Sócrates divulgou esta sexta-feira uma carta aberta à procuradora-geral da República, acusando o Ministério Público de ter "perdido qualquer sentido de decência" e apresentando denúncias contra o Ministério Público e a Caixa Geral de Depósitos (CGD).

A carta de Sócrates surge na sequência de uma reportagem da SIC que refere que o antigo governante voltou a ser investigado depois da acusação na Operação Marquês por ter recebido na sua conta na CGD transferências avultadas, justificadas com um contrato de consultoria com o empresário Adélio Machado. 

A SIC refere que o alerta na origem da investigação a Sócrates chegou ao Ministério Público vindo da Caixa, onde José Sócrates tem conta há muitos anos. 

"O Ministério Público parece ter perdido qualquer sentido de decência. Desta vez decidiram divulgar na televisão SIC uma suposta investigação sobre um contrato de trabalho que tive com uma empresa internacional. Pouco importa que não haja suspeita, pouco importa que não haja fundamento, pouco importa que não haja motivo. A razão de investigação sou eu - trata-se de perseguir um alvo, não de investigar um crime", lê-se na carta divulgada por Sócrates.

"Esta carta deve ser considerada como uma denúncia. Denúncia contra desconhecidos que no Ministério Público, divulgaram junto do jornalista o meu contrato e a notícia de uma investigação", acrescenta o ex-governante. 

"Quero também apresentar queixa formal contra os responsáveis do banco Caixa Geral de Depósitos por denúncia caluniosa. Dei conhecimento ao banco de todas as informações sobre o contrato e já não sou 'pessoa a politicamente exposta' pela razão que é fácil de compreender - deixei de exercer funções públicas há cerca de 12 anos. Assim sendo, tenho todas as razões para suspeitar que a atuação do banco foi politicamente motivada. Requeiro portanto, senhora procuradora, a abertura do competente inquérito criminal", lê-se ainda na missiva divulgada por José Sócrates.

O ex-ministro diz ainda que divulgou a carta por "legítima defesa", para se proteger da "guerra suja" que o Ministério Público decidiu abrir contra ele desde o processo da Operação Marquês. "Quase poderia dizer que estou já habituado a tal velhacaria. Mas não, não estou habituado, estou enojado", conclui. 

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