Juros dos depósitos superam 1% pela primeira vez em oito anos - TVI

Juros dos depósitos superam 1% pela primeira vez em oito anos

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  • Alberto Teixeira
  • 5 jun 2023, 11:33
Santander Totta

A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares superou a fasquia de 1% pela primeira vez em oito anos, ao atingir 1,03% em abril

A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares superou a fasquia de 1% pela primeira vez em oito anos, depois de subir para 1,03% em abril, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.

Trata-se de um aumento — o sétimo consecutivo — de 0,13 pontos percentuais em relação ao mês anterior, atingindo a taxa mais elevada desde março de 2015, segundo o supervisor.

Apesar destas subidas, os depósitos bancários em Portugal continuam a oferecer uma remuneração pouco atrativa face à concorrência que existe no mercado para o mesmo nível de segurança, incluindo os novos Certificados de Aforro que arrancaram esta segunda-feira e rendem um máximo de 2,5% acrescido de prémios de permanência. Os anteriores certificados, oferecendo uma taxa de 3,5% e cuja subscrição encerrou na passada sexta, foram um dos principais concorrentes aos depósitos e até provocaram mossa nos bancos, que viram fugir 8 mil milhões das poupanças das famílias em quatro meses (janeiro a abril).

Os juros subiram em todos os prazos dos depósitos. Segundo o Banco de Portugal, os novos depósitos com prazo até 1 ano foram remunerados, em média, a 0,95% (em comparação com os 0,88% em março). A remuneração média dos novos depósitos de 1 a 2 anos foi de 1,29% (1,12% em março) e a dos novos depósitos acima de 2 anos foi de 1,12% (0,79% em março).

Quanto às empresas, os seus depósitos têm melhor remuneração. A taxa média foi de 2,33%, subindo pelo terceiro mês seguido. Esta taxa tinha sido de 1,05% em janeiro, 1,50% em fevereiro e 1,98% em março.

Novo crédito à habitação já custa 4%

Os bancos têm sido muito criticados pela lentidão na forma como estão a refletir a subida dos juros nos depósitos, enquanto as taxas dos empréstimos dispararam no último ano — à boleia da subida das Euribor e do facto de 90% dos contratos de crédito à habitação estarem indexados a taxa variável.

Em relação aos novos empréstimos aos particulares, tiveram subidas em todas as finalidades. Na habitação, a taxa está praticamente nos 4% em abril, subindo face aos 3,86% do mês anterior. No crédito ao consumo, a taxa média das novas operações aumentou de 8,43% para 8,695 e nos outros fins aumentou de 5,04% para 5,18%. “As taxas associadas ao crédito ao consumo e a outros fins foram as mais elevadas dos últimos oito anos”, nota o Banco de Portugal.

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