Os nomes de Ricardo Araújo Pereira e de Mário Machado entraram de rompante no tribunal onde decorre a quarta e última audiência do julgamento que opõe Anjos e Joana Marques.
Entraram porque a advogada dos irmãos Rosado entendeu que era necessária a comparação entre o humorista e o neonazi. Tudo para explicar os limites do humor.
E "quais são os limites do humor?", questionou Natália Luís. E ela própria respondeu: "O limite é o ilícito".
Considera a advogada que os irmãos Sérgio e Nelson foram alvos de bullying e cyberbullying por causa de Joana Marques. Mesmo sendo adultos. “O bullying e o cyberbullying só existe com crianças? Não. Isto é um flagelo. É nefasta a desvirtuação de conteúdos e de realidades [que Joana Marques fez]. E é perigoso num Estado de direito. A Joana quis convencer as massas de uma realidade que sabe que não é verdade.”
Depois, apontou a uma das testemunhas anteriores da humorista, o também humorista Ricardo Araújo Pereira, que é descrito pela advogada, no depoimento da anterior sessão, como “um farol iluminado”. “Mas ele não é a luz e nós não estamos na escuridão. Entrou por aqui adentro a dizer que o humor não tem limites, que podem tudo [os humoristas]. Um dos argumentos do Mário Machado na sua defesa foi precisamente esse, que era a brincar. Não nos podemos permitir a nós próprios isso. Fazer esta reflexão é importante, é muito importante. A liberdade de expressão não é um direito absoluto”, assegura.
O julgamento entrou esta sexta-feira na fase de alegações finais. Os cantores exigem, num processo a correr no Tribunal Central Cível de Lisboa, 1.118.000 euros de indemnização, por prejuízos que terão sido causados pelo vídeo divulgado pela humorista.
O julgamento começou em 17 de junho e, à sessão desta sexta-feira, estão a assistir dezenas de populares, alguns dos quais de pé.
Durante a tarde, terão lugar as alegações finais do processo, destinadas à apresentação de conclusões pelas partes.