Madoff: portugueses podem não receber dinheiro de volta - TVI

Madoff: portugueses podem não receber dinheiro de volta

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Valor global em Portugal deve rondar os 100 milhões

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Alguns dos lesados em Portugal pela fraude de Bernard Madoff podem nunca chegar a receber o dinheiro que investiram, com eventuais processos judiciais a arrastarem-se anos, alertou esta terça-feira Luís Nobre Guedes, o advogado que representa os clientes portugueses.

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«Há algumas pessoas que podem não recuperar o seu dinheiro. O que tentamos agora é conseguir recuperar o máximo possível. Não nos podemos esquecer que entre as vítimas há pessoas que tinham investidas todas as suas poupanças», sublinhou o responsável.

O escritório de Luís Nobre Guedes integra o grupo de 35 firmas de advogados de 22 países que hoje assinaram uma Aliança Global para procurar sinergias e formas de colaboração em eventuais processos associados à fraude.

Em declarações aos jornalistas em Madrid, Nobre Guedes referiu que o número total de vítimas e o valor dos fundos em causa ainda está a ser determinado, explicando que o perfil dos afectados vai de grandes instituições - como o Santander Totta e o Banco Espírito Santo - a clientes particulares.

«O valor global [em Portugal] que se tem referido ronda os 100 milhões de euros», disse, recordando que em todo o mundo pode haver três milhões de pessoas afectadas.

«Reguladores têm agido muito abertamente»

Admitindo que ainda estão a ser estudados os tipos de processos que podem vir a ser iniciados, Nobres Guedes relembrou que a fraude de Madoff envolve «uma cadeia de responsabilidade» que integra tanto instituições financeiras, como auditores, empresas de notação financeira ou reguladores.

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Questionado sobre se os reguladores poderiam ser alvos de processos, por não terem protegido adequadamente os clientes vítimas da fraude de Madoff, o advogado português explicou que a estratégia terá que ser vista caso a caso.

Em Portugal, considerou Nobre Guedes, os reguladores «têm agido muito abertamente» disponibilizando toda a informação possível, lidando com a situação «de uma forma digna e exemplar».

Nobre Guedes antecipa que nos próximos três a quatro meses esteja definida a estratégia e acções a tomar em nome dos clientes afectados.
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