"O número de mortos é enorme". As palavras são de Tamer Ramadan, chefe da delegação da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho na Líbia, que durante uma conferência de imprensa em Genebra, na Suíça, esta terça-feira revelou que mais de dez mil pessoas estão desaparecidas depois das fortes chuvas no nordeste da Líbia terem provocado o colapso de duas barragens, o que levou mais água para os locais que já estavam inundados.
De acordo com a agência noticiosa estatal LANA, citada pela CNN Internacional, o Ministério do Interior do governo oriental da Líbia confirmou que o número de vítimas mortais aumentou para 5.300.
O colapso das duas barragens terá arrastado bairros inteiros pela cidade e em Derna, onde foi registada a maior devastação, continuam desaparecidas cerca de seis mil pessoas. Derna e outras cidades estão isoladas do resto do mundo, apesar dos esforços das autoridades para restaurar as redes móveis de telefone e de Internet.
Segundo Othman Abduljalil, ministro da saúde da administração oriental da Líbia, a situação é "catastrófica".
Já os hospitais de Derna não estão operacionais e as morgues estão cheias, revelou Osama Aly, porta-voz do Serviço de Urgências e Ambulâncias, acrescentando que os cadáveres foram deixados nos passeios e à porta das morgues.
Após ter atingido a Grécia e Turquia nos últimos dias, o ciclone Daniel tornou-se numa tempestade subtropical em 9 de setembro e atingiu a Líbia, deixando um rasto de destruição. Estradas cortadas, deslizamentos de terra e inundações impediram que a ajuda humanitária chegue à população, que teve de utilizar meios rudimentares para recuperar corpos e extrair sobreviventes à beira do afogamento.