Liga das Nações: Polónia-Portugal, 1-3 (crónica) - TVI

Liga das Nações: Polónia-Portugal, 1-3 (crónica)

Uma noite que Varsóvia não vai esquecer

Os astros alinharam-se este sábado para proporcionarem uma das melhores primeiras partes da seleção na era de Roberto Martinez, com Portugal a bater a Polónia, em Varsóvia, por 3-1. Portugal somou a terceira vitória consecutiva na Liga das Nações, a primeira fora de casa, e, quando visitar a Escócia, com nove pontos na bagagem, já pode começar a fazer contas para os quartos de final. Uma noite de sonho, pelo menos, nos primeiros 45 minutos, que proporcionou as estreias de Renato Veiga, Samú Costa e ainda o regresso de Francisco Trincão.

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Num ambiente espetacular no Estádio Nacional de Varsóvia, onde Portugal já tinha estado na inauguração, há doze anos, a Polónia até entrou bem no jogo, com um bloco bem subido, a obrigar Portugal a algumas cautelas nos instantes iniciais. Os polacos fizeram um cruzamento tenso, conquistaram o primeiro livre, o primeiro canto, mas depois Portugal pegou no jogo.

Num onze que teve como principal novidade a estreia de Renato Veiga no eixo defensivo, Portugal reclamou a bola e obrigou, desde logo, os polacos a recuar em toda a linha, com uma dinâmica que colocava todas as peças num movimento harmónico, com os laterais a irem para dentro, deixando os flancos para os extremos, e com dois verdadeiros «maestros» no meio-campo, com Bernardo Silva e Bruno Fernandes, a espalharem magia.

Uma sintonia quase perfeita que permitia a Portugal conseguir facilmente profundidade, num bailado em que tudo fazia sentido. Diogo Dalot, com o primeiro remate enquadrado do jogo, deu o sinal de partida para uma exibição de sonho, com Portugal a instalar-se no meio-campo polaco a derramar qualidade.

As oportunidades sucederam-se a um ritmo alucinante, com Cristiano Ronaldo a atirar à trave e Rúben Neves a cabecear às malhas laterais, antes de Bruno Fernandes proporcionar a defesa da noite a Skorupski.

Já cheirava a golo por todos os lados quando, aos 26 minutos, Bernardo Silva abriu o marcador. Um grande passe de Rúben Neves para o interior da área, onde Bruno Fernandes, de costas para a baliza, amorteceu de cabeça, para o pequeno-grande jogador do Chelsea fuzilar a baliza polaca e somar o 13.º golo na seleção.

Estava aberto o caminho para a vitória portuguesa, até porque a Polónia, nos minutos que se seguiram ao primeiro golo, ficou completamente perdida em campo. Portugal continuou a espalhar magia e acabou por chegar ao segundo golo, dez minutos depois do primeiro, com Rafael Leão a arrancar, a levar tudo à frente e a rematar forte ao poste. Na recarga, Cristiano Ronaldo, com o pé esquerdo, atirou a contar. Pelo terceiro jogo consecutivo nesta competição, o avançado do Al Nassr marcou o segundo golo de Portugal.

Uma primeira parte espetacular, faltou apenas um resultado mais confortável para a equipa de Roberto Martinez.

O segundo tempo foi muito diferente, com o ritmo a cair a olhos vistos, com Portugal a ter um controlo, quase total, com bola, face a uma Polónia com poucos argumentos para lutar pelo resultado. Ainda assim, Portugal apanhou um susto quando Lewandovski, com uma cabeçada, fez a bola passar muito perto do poste da baliza de Diogo Costa. Rafael Leão ainda ensaiou uma nova arrancada impressionante e tentou assistir Bruno Fernandes que, nesta altura, jogava praticamente como ponta-de-lança.

A verdade é que o jogo estava controlado e isso permitiu a Roberto Martinez entrar em modo gestão, proporcionando a estreia de Samú Costa e também o regresso de Francisco Trincão que tinha somado os últimos minutos há mais de três anos, em setembro de 2021.

A Polónia também mudou e acabou por entrar no jogo, de forma inesperada, com Zielenski a combinar com o recém-entrado Urbanski e a bater Diogo Costa.

Um golo, a pouco mais de dez minutos do final, que teve o condão de acordar as bancadas do estádio de Varsóvia que, a rebentar pelas costuras, ainda conseguiu passar uma última dose de energia à seleção polaca que não perdia um jogo em casa há mais de dois anos.

Portugal ainda tremeu, mas, a dois minutos dos 90, acabou por matar o jogo, com o terceiro golo. Recuperação de bola de Nélson Semedo, arrancada de Nuno Mendes e cruzamento à procura de Diogo Jota. Bednarek, ao tentar intercetar a bola, junto ao primeiro poste, acabou por desviá-la para as próprias redes.

Estava feito. Três jogos, duas estreias, três vitórias, toda com um golo de Cristiano Ronaldo. Portugal fica a um passo de garantir a presença nos quartos de final da Liga das Nações e pode consegui-lo, já na próxima terça-feira, no histórico Hampden park, diante da Escócia.

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