Insosso. É a melhor palavra para descrever o embate entre Famalicão e Arouca. As duas equipas esqueceram-se do sal para temperar uma partida que terminou sem golo, sem emoção e com poucos motivos de interesse.
Os locais tinham uma excelente oportunidade de saltarem para o 5.º lugar e assistir no sofá ao que Santa Clara e Vitória de Guimarães iriam fazer. Contudo, a equipa de Armando Evangelista mostrou-se pouco ambiciosa e teve de dividir os pontos.
Os arouquenses, a ocupar uma posição delicada na tabela, tentaram, acima de tudo, não perder a partida e levar um ponto do Minho. Conseguiram e somam, agora, oito pontos, mantendo-se na antepenúltima posição.
Rochinha de fora
Armando Evangelista fez apenas uma alteração em relação à equipa que entrou de início e que venceu (2-3) na Vila das Aves. Rochinha, a braços com uma gastroenterite, ficou de fora e foi substituído por Liimatta. Já Vasco Seabra mudou duas peças depois da derrota caseira com o Sp. Braga (1-2). Fukui e Yalçin saíram do onze e foram rendidos por Pedro Santos e Sylla.
Os primeiros 45 minutos foram muito táticos. Frente a frente duas equipas que pareciam mais preocupadas em não perder do que arriscar para ganhar. O Famalicão, com mais iniciativa de jogo, tinha pela frente um Arouca com as linhas muito juntas – entre a linha defensiva e a ofensiva não distava mais de 20 metros – e que tentava sair no contra-golpe a cada falha do adversário.
Foi assim que Trezza colocou as redes a balançar, mas partiu em fora de jogo no início da jogada e o golo foi invalidado. Os famalicenses tiveram a mesma sorte dos lobos de Arouca quando Aranda também fez o gosto ao pé. Rafa Soares, no início da jogada, também estava em offside. Tirando essas duas jogadas, registo para uma boa defesa para cada lado: Aranda, de livre, aqueceu as luvas a Mantl; Tiago Esgaio, após canto, cabeceou para excelente defesa de Zlobin.
Se já estava mal, ficou pior
A toada de jogo manteve-se na segunda parte, embora a formação arouquense tivesse entrado mais afoita e a ter mais bola. Ainda assim, os espaços eram poucos e os dois emblemas continuavam a ter dificuldades em furar as linhas defensivas contrárias. Como o paradigma não alterou, os técnicos começaram a refrescar os onzes.
No entanto, tirando a quezília entre Gil Dias e David Simão, a etapa complementar ainda foi pior jogada do que a primeira. A divisão de pontos acaba por se justificar pela falta de ambição das duas formações.
A FIGURA: Zlobin (Famalicão)
Numa partida quase sem oportunidades, Zlobin acabou por fazer a melhor defesa do jogo, mantendo a baliza a zero. A fechar o primeiro tempo, após canto, Tiago Esgaio cabeceou ao primeiro poste para fantástico voo do guardião russo, valendo um ponto aos famalicenses.
O MOMENTO: Golos anulados
Num jogo insosso e sem grande emoção, os golos iriam aquecer a noite de Famalicão, que se fez fria. Contudo, das duas vezes em que as redes balançaram, foi assinalado fora de jogo e os golos acabaram anulados. Foram as melhores ocasiões de dar vida a esta partida.
POSITIVO: Ivo Rodrigues aplaudido
Ivo Rodrigues esteve três temporadas ao serviço do Famalicão e deixou marca. Os adeptos do emblema minhoto reconheceram a dedicação do extremo, agora ao serviço do Arouca, e aplaudiram o jogador de 29 anos: antes do início da partida e aquando da sua substituição. Bonito gesto.