Depois de Benfica e FC Porto, o Sporting. Os leões perderam em Moreira de Cónegos no jogo de abertura da jornada 13 da Liga, agudizando o cenário para a turma de Alvalade. O Sporting até sacudiu a pressão, ao entrar a vencer com um golo de Gyokeres, mas viu o Moreirense dar a volta (2-1) ao marcador por Dinis Pinto e Schettine.
Terceiro desaire dos leões, que podem ver o FC Porto encostar-se, com os mesmos pontos, na tabela classificativa. Agudiza-se o cenário de crise para a turma verde e branca na estreia de João Pereira fora de Alvalade, com nova derrota a adensar as dúvidas do pós Rúben Amorim.
Depois de triturar os adversários com que mediu forças até agora fora de casa na Liga – somava 24 golos em seis jogos – o Sporting perde pela segunda vez na história em Moreira, 21 anos depois. Para além disso, a exibição esteve longe de deslumbrar ou demonstrar que foi apenas (mais) um acidente de percurso.
Num terreno onde já Benfica e Porto deixaram pontos, o Moreirense voltou a confirmar credenciais, mantendo a invencibilidade em casa. Organizado, o conjunto de César Peixoto reage à derrota em Vila do Conde, parecendo ser um conjunto talhado para estes jogos em que a organização e contragolpe têm feito a diferença.
Gyokeres dá um safanão na pressão, mas cónegos operam cambalhota
Com o cenário de pressão estabelecido em torno dos leões, era necessária uma resposta em Moreira de Cónegos para afastar fantasmas. Gyokeres, o homem de quem mais se espera, tratou de rapidamente dar um safanão nesse estigma. Num lance embrulhado com Marcelo foi derrubado na área, conseguindo uma grande penalidade.
Na marca dos onze metros, o sueco fez o 25.º golo da época. Kewin ainda adivinhou o lado, mas nada pôde fazer perante o remate forte e colocado. João Pereira não podia pedir melhor entrada num terreno difícil. Mas, a resposta do Moreirense foi enérgica e o leão praticamente desapareceu, chegando ao intervalo em desvantagem.
Dinis Pinto deu um primeiro sinal pouco depois, numa perdida incrível. Um alerta que seria efetivado pouco depois. Na sequência de um livre o lateral marcou mesmo, ao corresponder da melhor forma a um livre cobrado para a área por Alanzinho. Apesar de dominar territorialmente, os leões sentiam dificuldades para construir lances de perigo efetivo.
Em sentido inverso, o conjunto de César Peixoto parecia cada vez mais confortável no seu estilo compacto a retirar espaços ao adversário para depois aproveitar em contragolpe. Os cónegos operaram a cambalhota no marcador ao minuto 35. Erro incrível de Geny Catamo num lançamento, a dar a bola a Schettine, que remata de pronto, apanhando toda a gente desprevenida.
Organização segura ímpeto
A realidade é que o Sporting desceu às cabines para o intervalo após uma primeira metade em que foi manietado pelo Moreirense. O ímpeto do regresso foi diferente, mas apenas isso: ímpeto. Trincão esbarrou com a bola no peito de Marcelo, deitado no chão, num remate à queima-roupa em que que os leões, nas bancadas, suspiraram pelo empate. Instantes depois foi Hjulmand a cabecear à trave num lance de bola parada.
Esfumou-se o ímpeto, o Sporting esboçava reações avulsas com o coração e sem cabeça. Muita posse, mas também muitos passes errados, ora com força a mais, ora sem a direção certa. O Sporting transformou-se numa pilha de nervos e nem as alterações surtiram efeito.
Pelo contrário, com mais um central em campo, César Peixoto montou uma linha de cinco, povoou ainda mais o seu setor mais recuado e refrescou o ataque. Defesa arrumada e armas frescas para o contragolpe. Do lado leonino João Pereira juntou Harder e Gyokeres na frente.
Uma nova bola ao ferro, Sidnei quase faz autogolo, foi o máximo que o Sporting conseguiu, não evitando a terceira derrota consecutiva. Soam os alarmes em Alvalade, João Pereira viu lenços brancos após o jogo, sendo inequívoco o cenário em torno dos leões.