FIGURA DO JOGO: Nélson Oliveira
Uma vez que esta análise é dedicada a um só protagonista, a escolha não poderão ser os milhares que se acumularam na bancada visitante. Todavia, guardarei um parágrafo para os adeptos do Vitória.
Quanto a Nélson Oliveira, o experiente avançado, de 33 anos, voltou a provar que será capaz de competir pela titularidade com Chuchu Ramírez. Depois de marcar ante o Zurique (0-3), o avançado inaugurou o marcador em Arouca. Além da veia goleadora, recua até ao meio-campo e descaí para as alas para ajudar à construção. Por várias vezes serviu Kaio César, que não encontrou a via da felicidade.
Esta época, Rui Borges está munido de dois avançados capazes de dobrar qualquer linha defensiva, sobretudo em velocidade ou em combinações com os médios e laterais.
Na Suíça, Nélson Oliveira foi a jogo para «sufocar» o Zurique. Na noite desta segunda-feira, o ponta de lança foi titular e frustrou os «Lobos», aproveitando o excessivo espaço e os sucessivos erros na construção. Um avançado experiente, oportuno, certeiro e decisivo. Rui Borges tem motivos para sorrir, e não fica por aqui.
MOMENTO DO JOGO: depois de Weverson, Matías Rocha «mete água», 81m
O golo do Vitória ficou marcado pelo clamoroso erro de Weverson, que ofereceu o esférico a Kaio César.
Na reta final do encontro, foi Matías Rocha a errar. Na sequência de uma bola aérea, o defesa foi incapaz de reter a posse, sucumbindo à pressão de Chuchu Ramírez. Em desequilíbrio, tocou o esférico com a mão e travou o avançado em falta, vendo o segundo cartão amarelo.
Numa fase em que Gonzalo García reforçava o ataque e ainda acreditava no empate, a expulsão do defesa revelou-se determinante, selando o triunfo do Vitória de Guimarães.
Consulte, aqui, a crónica deste jogo.
Outros destaques
Kaio César: abrilhantou o corredor direito, revelando-se um quebra-cabeças. Um dos «residentes» no onze de Rui Borges voltou a ser destaque, pelas combinações e pelas oportunidades criadas, com e sem bola. Ainda assim, desperdiçou dois golos. Servido por Nélson Oliveira, foi travado por Mantl e errou um voo. Em todo o caso, é uma das referências do ataque dos «Conquistadores», decisivo na transição.
Samu: num encontro «quentinho» a partir dos 35m, o experiente médio muniu-se dos duelos de outrora para frustrar os adversários. De sangue a ferver, delineou contra-ataques, liderando a transição ofensiva. Foi um dos mais combativos em campo, sem prejudicar o espetáculo. E eis que se instala uma dor de cabeça para Rui Borges, entre Samu e Nuno Santos.
O segundo tem sido suplente, ajudando a capitalizar o desgaste da defesa contrária. Ainda assim, apresenta uma técnica ímpar. É uma boa dor de cabeça para o treinador dos vimaranenses.
Mantl: o menos culpado na derrota do Arouca. Sem hipóteses no único golo, o guardião alemão evitou males maiores. Ante Kaio César, ainda na primeira parte, brilhou. Depois de Arruabarrena, o calibre parece intacto na baliza do Arouca.
Matías Rocha e Weverson: foram o espelho de um Arouca intermitente, por vezes ingénuo. Os lances do golo e o do segundo amarelo, mostrado a Rocha, assim o provam. Momentos capitais e que ajudam a explicar o resultado.
Fukui: um reforço com rótulo Bayern Munique, o que aporta expectativas. Talvez acostumado a relvados melhores, revelou-se nervoso e desconectado dos colegas de setor. Apesar dos movimentos de Jason e Sylla, o japonês não foi capaz de assumir a batuta.
Sylla: o mais inconformado do Arouca. O remate ao poste ao nono minuto foi seguido por diagonais, cruzamentos, recuperações e passes na direção de Jason. Esteve desapoiado no processo ofensivo, prejudicado pelo «apagão» de Trezza.
Adeptos do Vitória: de princípio a fim, os cerca de dois mil aficionados dos «Conquistadores» fizeram a festa. Saltaram, cantaram, celebraram e, por vezes, desesperaram. Assim, será muito difícil dobrar este Vitória, galvanizado pelos mais apaixonados. Esta noite, o jogo das bancadas terminou em goleada, sendo fator decisivo para o desenrolar do ânimo das equipas. Em estado de graça, a turma de Rui Borges está muito entrosada e é guardada por uma mancha humana impressionante, várias vezes arrepiante. O futebol continuam a ser as pessoas e há fatores superiores aos milhões.