Carlos Moedas não o esconde: a cidade de Lisboa está prestes a passar por um período de “obras atrás de obras que vão incomodar as pessoas”. O presidente da Câmara de Lisboa apresentou esta quinta-feira a “5.ª Circular”, um trajeto novo, que os lisboetas devem seguir para contornar o caos no trânsito que terá início no dia 26 de abril.
Porque é que vão acontecer estas obras?
Em causa estão obras de reabilitação da rede de saneamento, a realização de um plano de drenagem para evitar as cheias na capital, bem como a repavimentação das vias e as obras para a expansão do metro de Lisboa. Estas últimas já se fazem sentir nas imediações da Rua da Prata e da Alameda Infante D. Henrique.
Quanto tempo vão durar?
Segundo o vereador com a pasta da mobilidade, Anacoreta Correia, o plano avançado pela autarquia “é dinâmico”, pelo que poderá sofrer alterações consoante a progressão das obras. Para já, as obras ainda não têm uma data anunciada para o seu fim, mas devem durar, pelo menos, um ano.
Que áreas vão ter acesso condicionado?
O acesso ao centro histórico de Lisboa vai ficar condicionado e a circulação rodoviária na zona ribeirinha, em ambos os sentidos, entre a Av. Infante Santo e a Av. Mouzinho de Albuquerque vai ser interrompida. A partir de dia 26 de abril, apenas moradores e trabalhadores podem entrar nestas áreas.
Segundo Carlos Moedas, o objetivo é “fazer as coisas da maneira gradual” e reduzir o trânsito nesta zona. Para isso, a autarquia vai também restringir o acesso a esta área para camiões com mais de 3,5 toneladas, incluindo de cargas e descargas de mercadorias ou veículos de transporte turístico, entre as 08:00 e as 20:00.
Que áreas devo evitar?
Para já, deve tentar escapar ao trânsito do centro histórico e da zona ribeirinha de Lisboa. “Aquelas pessoas que podem evitar a Baixa também deveriam evitar ir lá”, disse Carlos Moedas. A medida de condicionar o acesso desta área é, para já, temporário, mas o executivo admite que a medida possa ser vir a sofrer alterações ao longo dos próximos meses, mediante uma reavaliação a ser feita mais tarde.
A baixa e a zona ribeirinha continuam abertas a transportes públicos, como os táxis e a carris, mas não incluem os TVDE.
No entanto, durante a apresentação do projeto, Carlos Moedas esclareceu que “quem trabalha na baixa, pode ir para a baixa. Quem reside na baixa, pode estar na baixa”.
Qual é a solução apresentada pela Câmara Municipal?
A autarquia tem um plano para “incutir nos condutores a ideia de que é possível tornear as zonas problemáticas” da Baixa e frente ribeirinha, utilizando, em alternativa, o que foi apresentado como “a 5.ª Circular” imaginária, um percurso que vai levar o trânsito de atravessamento da cidade a usar as vias de Alcântara, Estrela, Rato, Conde Redondo, Praça do Chile, Praça Paiva Couceiro e Parque das Nações, evitando o centro de Lisboa.
Quais as alternativas para entrar e sair de Lisboa?
Para os condutores que circulam no sentido Parque das Nações/Algés, a alternativa passa por fazer um desvio para a Avenida Mouzinho de Albuquerque em direcção ao centro, pela “nova” 5.ª Circular. No sentido Algés/Parque das Nações, o desvio deverá ser feito pela Avenida Infante Santo em direção ao centro, também pela 5.ª Circular. Já no sentido Norte/Sul, o trânsito proveniente da Avenida da Liberdade deve fazer inversão no Rossio e regressar ao Marquês de Pombal; o da Avenida Almirante Reis no Martim Moniz, Praça da Figueira, Rossio ou Restauradores; e o do Príncipe Real na Praça Luís de Camões para a Calçada do Combro/Estrela.
E como é com o estacionamento?
O executivo admite que estas obras vão exercer uma elevada pressão não só no trânsito das regiões que vão ser intervencionadas, mas também no estacionamento. Anacoreta Correia adiantou que o município está “à procura de soluções” de estacionamento, com a EMEL – Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa e “privados que estejam disponíveis para soluções de estacionamento para residentes” e comerciantes das zonas afetadas e também com parques dissuasores nos arredores, para quem quer entrar na capital.
O que acontece se não cumprir as restrições?
A polícia municipal fará o controlo dos veículos que podem ou não circular nas zonas onde o trânsito é condicionado. Quem for apanhado em incumprimento fica sujeito a coima por por desrespeito à sinalização de trânsito existente.