Ativistas pedem à L'Oréal que retire do mercado produtos para alisar o cabelo depois de estudos denunciarem risco de cancro - TVI

Ativistas pedem à L'Oréal que retire do mercado produtos para alisar o cabelo depois de estudos denunciarem risco de cancro

  • CNN Portugal
  • MCP
  • 21 abr 2023, 13:55
L'Oreal (Getty)

Em resposta, a L'Oréal afirma estar confiante na segurança dos seus produtos

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Ativistas feministas do grupo britânico Level Up entregaram uma carta à empresa cosmética L'Oréal a pedir que retire os seus produtos de alisamento de cabelo das prateleiras e invista em investigações sobre os seus produtos de alisamento e sobre o uso prolongado desses químicos. O pedido surge depois de alguns estudos indicarem a influência desse tipo de produtos na probabilidade no risco de cancro do utero.

Assinada por políticos, ativistas e cientistas, a campanha segue os passos de uma investigação científica que afirma existir uma associação entre o uso de químicos de alisamento em cabelo, que contêm lixívia, com cancro. Um estudo de 2023 dos Estudos Nacionais de Saúde dos EUA descobriu que as mulheres que usavam esses produtos várias vezes ao ano tinham duas vezes mais hipóteses de desenvolver cancro do útero. 

“Estimamos que 1,64% das mulheres que nunca usaram produtos alisadores de cabelo podem desenvolver cancro do útero aos 70 anos,enquanto para utilizadoras assíduas o risco sobe para 4,05%”, disse uma das investigadoras do estudo, Alexandra White, num comunicado citado pelo Guardian.

A investigação acompanhou ao longo de 11 anos mais de 33 mil mulheres racialmente diversas, com idades entre 35 e 74 anos. Durante esse tempo, 378 mulheres desenvolveram cancro uterino. 

Apesar da raridade global do cancro, ainda assim é o cancro ginecológico mais comum nos Estados Unidos, de acordo com o Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), com taxas crescentes principalmente entre as mulheres negras.

“Como as mulheres negras usam produtos para alisar ou relaxar o cabelo com maior frequência, e tendem a iniciar o uso em idades mais precoces do que outras raças e etnias, estas descobertas podem ser ainda mais relevantes para elas”, disse a autora do estudo, Che-Jung Chang, do NIEHS.

Em resposta às acusações, a L'Oréal afirma estar confiante na segurança dos seus produtos.

Segundo o Guardian, em fevereiro, foram avançados cerca de 60 processos num tribunal em Chicago, nos Estados Unidos, contra  L'Oréal e outras empresas. As acusações referem que todas essas empresas têm consciência dos malefícios dos produtos que colocam à venda - inclusive os riscos de cancro - mas optam por continuar a comercializá-los. A L'Oréal disse que esses processos não têm fundamento legal.

“Todos devemos poder confiar que os produtos que usamos nos nossos corpos são seguros. Sendo uma das maiores marcas do mundo, estamos apenas a pedir à L'Oréal que use os seus recursos e influência com responsabilidade e que ouça as mulheres negras”, diz Ikamara Larasi, umas das ativistas da Level Up.

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