Manuel Reija e o seu irmão Miguel, delegado das Lotarias na Corunha, em Espanha, vão ser acusados por suspeita de conspiração para defraudar o dinheiro de um prémio de lotaria, reporta a La Voz de Galicia.
A acusação e a polícia acreditam que os irmãos enganaram a pessoa que validou o bilhete e que, quando esta foi verificar se tinha um prémio, lhe disseram que o seu bilhete não tinha vencido, de forma a assegurarem que mais ninguém além dos próprios conseguissem reclamar o dinheiro. Os irmãos negam a acusação e afirmam que agiram de boa-fé, avança ainda a La Voz de Galicia.
Se a acusação for provada em Tribunal, Manuel Reija pode enfrentar até seis anos de cadeia, de acordo com o Guardian.
Há cerca de 11 anos, o bilhete premiado que não tinha sido reclamado foi notícia e Manuel Reija foi até elogiado quando disse aos meios de comunicação social que, depois de encontrar o bilhete, estava a tentar encontrar o vencedor em vez de reclamar o dinheiro para si próprio, avança o Guardian.
Mas as declarações do vendedor de bilhetes de lotaria criaram suspeitas nas autoridades encarregadas das lotarias, que deram então início a uma investigação. As forças de segurança locais iniciaram uma busca de bens perdidos para encontrar o legítimo proprietário do bilhete premiado.
Cerca de 317 pessoas de toda a Espanha disseram ser o vencedor, mas todas as afirmações revelaram-se falsas, escreve o Guardian.
Em outubro de 2015 foi aberto o processo judicial, mais tarde a Câmara Municipal notificou que nenhum dos 300 reclamantes conseguiu provar ser o dono do bilhete.
Apenas em 2019 é que a Polícia Nacional chegou a Manuel Reija e suspeitou dele, devido a várias contradições entre o seu testemunho e o que estava registado na máquina de verificação dos boletins da lotaria.
Durante a audiência preliminar realizada na Corunha, o Ministério Público exigiu uma pena de seis anos para Manuel Reija - que terá tentado levantar o bilhete em seis ocasiões diferentes - e para o seu irmão, acusados de branqueamento de capitais e de fraude, e afirmou que o prémio devia reverter a favor da viúva e da filha do legítimo vencedor, avança o Guardian.