É um dos grandes aliados na hora de cozinhar, mas há quem tema usá-lo com receio das suas alegadas propriedades tóxicas. Por isso, muitas pessoas tiram a parte central (conhecida como caule ou talo) por achar que pode fazer mal à saúde. Trata-se do louro - uma das folhas aromáticas mais usadas.
Esta crença sobre o louro ser tóxico surgiu, explica Mariana Cortes, nutricionista da Clínica Agita Kalorias, por existirem outras plantas semelhantes com essa característica.
“Existem algumas plantas visualmente semelhantes ao louro, tais como o louro da montanha e o louro-cerejo, que apresentam folhas nocivas aos seres vivos. Estas plantas naturalmente não são utilizadas para uso culinário. No entanto, a sua semelhança visual ao louro, levou à crença repetida de que as folhas de louro podem ser tóxicas", resume a nutricionista, garantindo: "O louro pode ser consumido sem efeitos tóxicos".
“Não existe evidência científica de que o louro é tóxico, sendo a sua utilização incentivada pelo padrão alimentar mediterrânico, associado a inúmeros benefícios para a saúde", confirma Beatriz Vieira, nutricionista do Hospital Lusíadas Amadora, sublinhando que, no entanto, existe o loureiro-cerejo, cujas folhas são semelhantes à do loureiro, que é uma espécie tóxica, por possuir ácido prússico nos ramos e folhas”.
Benefícios e limites
Muito usado na cozinha tradicional portuguesa, em estufados e caldeiradas, para temperar carne e peixe, o louro até tem benefícios além do sabor e aroma que dá aos pratos, podendo funcionar como um substituto do sal.
“Destaca-se o seu teor em fibra, vitamina A e C, cálcio e potássio. Além disso, contém fitoquímicos com propriedades antioxidantes. Importa salientar que, tal como acontece com as outras ervas aromáticas, a quantidade de louro consumida é muito reduzida, pelo que o seu valor nutricional apresenta um efeito pouco significativo”, descreve Beatriz Vieira.
Não há limites em quanto louro pode usar num prato. O único limite é mesmo o seu gosto. Ainda assim, mesmo que ponha só uma folha, convém estar atento.
“Pode constituir um risco ao ser acidentalmente ingerido inteiro ou em grandes pedaços, pois existe risco de lesionar o trato digestivo ou causar asfixia. Assim, a maioria das receitas que utilizam louro recomendam a sua remoção após a confeção”, aconselha Mariana Cortes.