Montenegro diz que primeiro-ministro tem “andado a pedalar para trás” - TVI

Montenegro diz que primeiro-ministro tem “andado a pedalar para trás”

  • Agência Lusa
  • PF
  • 7 fev 2023, 19:48
Luís Montenegro (José Sena Goulão/Lusa)

O líder do PSD reagiu desta forma às declarações de António Costa, que tinha defendido a importância de o país continuar focado na execução do PRR para transformar e tornar mais sustentável a economia nacional

O presidente do PSD considerou esta terça-feira que o primeiro-ministro tem “andado a pedalar para trás” em relação à execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), porque continua a “empatar o país” com notícias, promessas e avisos.

“Eu creio que o primeiro-ministro tem andado a pedalar para trás. E, portanto, quando se pedala para trás, normalmente fica-se no mesmo sítio. Quem anda de bicicleta sabe como é que é. E o primeiro-ministro é isso que tem feito, porque anda a empatar o país com notícias, promessas e avisos, que basta andar no território para comprovar que não estão a chegar ao terreno”, disse Luís Montenegro aos jornalistas, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda.

O líder do PSD reagiu desta forma às declarações do primeiro-ministro, António Costa, que tinha defendido a importância de o país continuar focado na execução do PRR para transformar e tornar mais sustentável a economia nacional.

“É importante continuarmos concentrados e focados na boa execução do Programa de Recuperação e Resiliência”, afirmou António Costa, em Alcobaça, desafiando as empresas portuguesas a “pedalar” para que o país chegue ao final do programa, em 2026, mais bem preparado “não só para enfrentar crises que o futuro” possa trazer, mas sobretudo com “mais e melhor emprego, maior rentabilidade para as empresas e uma economia mais sustentável”.

O chefe do executivo, que hoje visitou a Solancis, líder da Agenda Verde do Setor da Pedra Natural, comparou o crescimento da economia a “andar de bicicleta” e manifestou a vontade coletiva de todo o pelotão continuar a pedalar para chegar à meta, em 21 de dezembro de 2026, não apenas com este setor, mas com toda a economia “estruturalmente transformada”.

Em Figueira de Castelo Rodrigo, depois de visitar um criador de gado ovino e bovino e de ter participado num encontro com agricultores, no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”, Luís Montenegro disse que António Costa “tomou a opção estratégica mais errada” sobre o PRR ao canalizar 18,2 mil milhões de euros “sobretudo para o investimento público”.

“Quando as empresas, as pessoas, as famílias, os pequenos produtores agrícolas estavam à espera de ter também aí um financiamento para a recuperação e resiliência do nosso tecido económico”, declarou.

Luís Montenegro distinguiu depois as diferenças entre as suas deslocações pelo país e as do primeiro-ministro : “Eu estou aqui, sobretudo, a ouvir as pessoas e o primeiro-ministro anda a vender ilusões”.

O líder social-democrata referiu que algumas das “ilusões” já foram repetidas no distrito da Guarda, como é o exemplo da promessa do PS em relação às obras no Terminal TIR de Vilar Formoso.

“Se o primeiro-ministro, em vez de andar só a comer uns croquetezinhos e a fazer umas sessões de ‘powerpoint’ sobre o PRR e a apelar a que velocidade seja maior, pedalasse efetivamente…”, disse, sem terminar a frase e sustentando que o Governo tem que “controlar o pedalar do país”.

Na sua opinião, António Costa está a regressar à primeira década do século em que José Sócrates era primeiro-ministro e “havia umas tendas que andavam de terra em terra e que faziam várias apresentações” e “onde foram prometidos mundos e fundos para toda agente”.

“O doutor António Costa está a regressar àquela primeira década deste século quando um outro governo socialista de que ele também fez parte, e que ele depois apoiou efusivamente, como número dois do PS, também vendeu essa ilusão a Portugal”, vincou.

A concluir, disse que o PRR é importante, mas vê os outros países da Europa a “tirarem real proveito desse financiamento” e Portugal “a pedalar para trás e a estar sempre no mesmo local”.

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