O primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu esta quinta-feira uma “situação grave” no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), de necessidade do reforço da resposta, afirmando esperar que a greve seja desmobilizada e que o atendimento seja regularizado.
“Em primeiro lugar, deixe-me dizer-lhe que nós não temos a certeza que os óbitos ocorreram em função da falta de capacidade de resposta do INEM ou do atraso no atendimento de chamadas, [mas] a verdade é que, neste momento, há uma situação que é uma situação grave de necessidade de reforço da capacidade de resposta do INEM”, declarou Luís Montenegro.
Em declarações aos jornalistas portugueses em Budapeste, onde decorre uma cimeira da Comunidade Política Europeia e, à noite, um jantar do Conselho Europeu informal, o primeiro-ministro garantiu que o seu Executivo está “empenhado em poder, muito rapidamente, evitar com os técnicos de emergência pré-hospitalar a greve que está em curso”.
“Há mesmo uma reunião agendada para daqui a algumas horas entre a senhora ministra da Saúde [Ana Paula Martins] e o sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar e o meu desejo é que, desse ponto de vista, a situação possa ser estabilizada”, salientou, referindo-se ao encontro que está previsto para esta quinta-feira às 16:30.
“Mas sabemos que não chega porque, quando iniciámos funções há sete meses, o INEM estava desprovido dos meios humanos que são necessários para garantir a regularidade da sua operação”, adiantou Luís Montenegro.
O INEM anunciou quarta-feira medidas de contingência para otimizar o funcionamento dos centros de orientação de doentes urgentes (CODU), como a criação de uma triagem de emergência para chamadas com espera de três ou mais minutos.
As medidas do INEM enquadram-se numa estratégia para melhorar a resposta, na sequência dos atrasos de atendimento das chamadas no CODU que, alegadamente, causaram a morte de sete pessoas.