"Muito, muito, muito obrigado". Passos Coelho apareceu e Montenegro reagiu assim - TVI

"Muito, muito, muito obrigado". Passos Coelho apareceu e Montenegro reagiu assim

  • Agência Lusa
  • AG
  • 26 fev, 20:56
Pedro Passos Coelho e Luís Montenegro (Tiago Petinga/Lusa)

Líder da Aliança Democrática disse que o antigo presidente do PSD "não tem de retribuir nada"

O presidente do PSD disse esta segunda-feira “muito, muito, muito obrigado” a Pedro Passos Coelho pelo “trabalho patriótico” quando liderou o Governo entre 2011 e 2015, salientando que “talvez nenhum outro tivesse conseguido alcançar” os mesmos resultados.

Num comício nos claustros da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, em Faro, Luís Montenegro teve ao seu lado pela primeira vez na campanha da AD o ex-líder e antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que justificou a sua presença como uma retribuição do apoio que sempre recebeu do seu antigo líder parlamentar.

“Caro Pedro, com todo o respeito: tu não tens de retribuir nada, nós é que temos a obrigação de dizer sempre muito, muito, muito obrigado por tudo aquilo que fizeste por nós, pelo país, pelas pessoas, pelo trabalho patriótico que fizeste à frente do Governo”, disse, recebendo aplausos e gritos de “Portugal, Portugal” dos mais de 400 apoiantes presentes.

Montenegro considerou que Passos Coelho teve resultados que “talvez nenhum outro tivesse conseguido alcançar”,

“De 2011 a 2015 foi com o esforço de todos os portugueses que, no tempo certo, sem atraso, mandámos a troika que outros trouxeram para casa e demos autonomia aos portugueses para escolherem o seu futuro”, defendeu.

Sobre esse período, o presidente do PSD deixou ainda outra nota: “Tomara todos os que me antecederam nestas funções receber do PS o país que nós deixámos em 2015”.

“Com o PSD sozinho ou coligado, sempre que nós passámos pelo Governo, deixámos o país melhor do que o encontrámos. Sempre que o PS passa pelo Governo, deixa o país pior do que o recebeu”, criticou.

Dizendo sem “uma honra e um orgulho” estar associado a esse trabalho, Montenegro salientou que não se vai “entreter a olhar para trás”, nem distrair-se com jogos políticos.

“São os portugueses que vão viabilizar o próximo governo de Portugal, dando a confiança que nós precisamos para ter condições de formar governo e dar governabilidade estabilidade ao país”, afirmou, numa resposta indireta às perguntas sobre os cenários pós-eleições de 10 de março.

Num comício ao ar livre numa noite fria, Montenegro quis vincar a diferença entre os projetos da AD e do PS, dizendo “ser difícil compreender” as críticas de aventureirismo que lhe têm sido dirigidas pelo secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos.

“Que legitimidade tem alguém que até há poucos anos achava que nem as dívidas devíamos pagar aos nossos credores, que esteve no Governo estes oito anos e falhou nos transportes, infraestruturas e habitação”, questionou.

O líder da AD considerou que, nesta campanha, os eleitores podem escolher entre “um modelo medíocre” de crescimento económico, que disse ser o do PS, e o do PSD/CDS-PP/PPM, assente em “políticas públicas, audazes, mas realizáveis”, que tem como “uma das traves mestras” a redução da fiscalidade com o objetivo de criar mais investimento.

“Sinceramente, se o PS - para além dos jogos ‘se é assim, se é assado’ - o que tem a dizer ao país é que nós somos aventureiros ou somos malévolos e queremos o sofrimento das pessoas (…) é muito poucochinho”, criticou.

Montenegro deixou ainda uma palavra ao cabeça de lista da AD em Faro, o seu vice-presidente Miguel Pinto Luz, cuja escolha mereceu inicialmente alguma contestação local por não ser do distrito.

“O sinal que quis dar aos algarvios foi de verem nessa opção a valorização que eu próprio, líder da AD, queria dar: pedindo a um dos ‘vices’ que aqui estivesse em minha representação para dizer que daqui para a frente vamos dar peso político ao Algarve”, disse, acusando o PS de ter deixado a região “ao abandono e esquecimento”.

Aos algarvios, repetiu que, se vencer, irá reverter as medidas do atual Governo para limitar o Alojamento Local, deixando às autarquias a resolução de conflitos que possam existir nesta área com as políticas de habitação.

“Quem trabalha, não pode ganhar menos do que quem não trabalha, vale a pena trabalhar melhor, que o mérito será premiado”, afirmou, num compromisso que é sempre muito aplaudido pelos apoiantes nos vários concelhos por onde já passou.

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