O Ministério Público espanhol abriu esta segunda-feira um inquérito contra Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol. De acordo com o jornal El Mundo, a Fiscalía, como é conhecida, avança que, de acordo com o testemunho de Jenni Hermoso, que afirmou ter-se sentido "vulnerável e vítima de uma agressão", o beijo de Luis Rubiales pode constituir um crime de agressão sexual, de acordo com o artigo 178.º do código penal espanhol.
Durante a entrega das medalhas após a final do mundial de futebol feminino deste ano, no qual a Espanha bateu Inglaterra por 1-0, o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol beijou Jenni Hermoso na boca. O momento do beijo entre Rubiales e Hermoso incendiou as redes sociais, onde muitos criticaram a atitude do dirigente.
Instado a demitir-se, Rubiales garantiu, após uma reunião extraordinária, que não o iria fazer, alegando que o beijo foi consentido. "Foi um beijo espontâneo, eufórico. Foi consentido. Esta jogadora [Jenni Hermoso] falhou um penálti. Fomos uma família durante mais de um mês. Ela levantou-me do solo, abraçámo-nos e disse-lhe 'esquece-te do penálti, não conseguiríamos vencer este mundial sem ti'". Demos um beijinho e ela despediu-se com uma palmada nas costas. Depois veio um comunicado que não entendi. É falso. É um assassinato social o que me estão a fazer", acrescentou.
Rubiales acusou ainda "as falsas feministas" e anunciou que vai processar quem o difamou, inclusivamente responsáveis políticos, que o acusaram de "assédio sexual" na sequência do caso. Hermoso respondeu pouco depois em comunicado, publicado nas redes sociais, onde acusa o dirigente federativo de não a ter respeitado.
“Sinto-me obrigada a denunciar que as palavras de Luis Rubiales a explicar o infeliz incidente são categoricamente falsas e são parte de uma cultura manipuladora que o mesmo criou. Um ato impulsivo, machista, sem sentido e sem qualquer tipo de consentimento da minha parte”, escreve Jenni Hermoso, falando em “atitudes que foram parte do dia a dia da seleção durante anos”.