Como o líder do PSD não aderiu ao protesto do próprio partido e as demais manifestações dentro e fora do Parlamento contra e a favor de Lula - TVI

Como o líder do PSD não aderiu ao protesto do próprio partido e as demais manifestações dentro e fora do Parlamento contra e a favor de Lula

Chega fez a ponte entre protestos no exterior e no interior da Assembleia da República, enquanto um grupo de brasileiros e portugueses se juntou do outro lado no apoio ao presidente brasileiro

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Dentro e fora da Assembleia da República, contra e a favor, foram várias as formas de protesto contra a sessão solene que recebeu o presidente do Brasil no Parlamento. O Chega e a Iniciativa Liberal tinham prometido ações e cumpriram-nas: a terceira maior força política só entrou no hemiciclo quando Lula da Silva já ocupava a sua posição ao lado do presidente da Assembleia da República e do Presidente da República. Já os liberais optaram por cumprir o protocolo, mas apenas por um dos seus deputados: só o líder da bancada parlamentar, Rodrigo Saraiva, marcou presença. E envergando as cores da Ucrânia.

Apesar de ter prometido um protesto silencioso, o Chega levou cartazes com a bandeira da Ucrânia ou a dizer que “chega de corrupção”. Escalando na tensão, os deputados decidiram, durante o discurso de Lula da Silva, bater nas bancadas e fazer apupos ao presidente brasileiro. Atitudes que valeram uma forte reprimenda de Augusto Santos Silva: "Chega de porem vergonha no nome de Portugal", disse o presidente do Parlamento.

Nota ainda para o PSD, que distribuiu pins com as cores azul e amarela (cores da Ucrânia) aos deputados que os quisessem utilizar. De referir que o presidente do partido, Luís Montenegro, não envergou o objeto.

Finda a sessão solene, os deputados do Chega dirigiram-se para fora do Parlamento, onde encontraram centenas de manifestantes num desfile convocado contra Lula da Silva e que André Ventura prometeu que juntaria mais de cinco mil portugueses e brasileiros.

Eram cerca de 300 militantes do partido Chega e brasileiros do Movimento Brasil Portugal, que defenderam que Lula da Silva devia estar na prisão. Com eles tinham cartazes semelhantes aos exibidos pelo partido de André Ventura no hemiciclo.

“Lula, ladrão, o teu lugar é na prisão” e “Tolerância Zero à Corrupção”, com fotografias ora com o presidente brasileiro abraçado ao antigo primeiro-ministro português José Sócrates, ora com os dois atrás das grades. A manifestação foi rodeada de grandes medidas de segurança e confinaram ao início da Avenida D. Carlos I, mesmo ao lado da Assembleia da República.

À manifestação juntou-se o Movimento Partido da Terra, que não tem representação parlamentar, havendo também uma pequena concentração de cidadãos ucranianos. Na concentração marcou ainda presença o dirigente neonazi Mário Machado, fundador do movimento nacionalista Nova Ordem Social e da Frente Nacional, também antigo membro do grupo Hammerskins Portugal, que esteve preso por posse ilegal de arma e envolvido em processos ligados a violência e crimes de ódio contra estrangeiros.

Perante apelos a uma ação de protesto pacífica, ainda antes de o presidente do Brasil chegar ao parlamento os dirigentes do Chega elogiaram as forças de segurança e pediram repetidamente aos manifestantes para gritarem as palavras de ordem e para evitarem responder a eventuais provocações, uma vez que do outro lado da Assembleia da República, na rua de São Bento, decorria uma outra manifestação mas de apoio a Lula da Silva.

Batucos e cravos para Lula

Centenas de brasileiros e portugueses apoiantes de Lula da Silva e da democracia reuniram-se na rua de São Bento, em Lisboa, numa manifestação de apoio ao presidente brasileiro. Sob os lemas "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais" ou "Amor Lula", cartazes foram empunhados por cidadãos de ambas as nacionalidades, que também se fizeram alinhar com cravos. 

À chegada do Presidente brasileiro ao parlamento, os manifestantes entoaram os hinos de Portugal e do Brasil enquanto estes eram executados pela banda da GNR.

A forma pacífica como decorreu a manifestação foi perturbada apenas ao início da manhã por um apoiante do ex-presidente Jair Bolsonaro que tentou passar as proteções e juntar-se aos manifestantes pró-Lula, tendo sido de imediato afastado pela polícia.

A manifestação foi organizado pelo Núcleo do Partido dos Trabalhadores (PT) em Lisboa e por várias outras organizações da comunidade brasileira em Portugal e a ela juntaram-se vários portugueses que afirmaram à Lusa ter vindo demonstrar apoio a "um estadista que defende a democracia".

Voltando ao Parlamento, os dirigentes de Chega e Iniciativa Liberal voltaram a marcar uma forma de protesto. Desta vez pela ausência da sessão de cumprimentos ao presidente brasileiro.

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