Macron força aprovação do aumento da idade da reforma sem passar pela Assembleia Nacional - TVI

Macron força aprovação do aumento da idade da reforma sem passar pela Assembleia Nacional

  • Agência Lusa
  • BCE
  • 16 mar 2023, 14:26
Presidente francês, Emmanuel Macron

A primeira-ministra já confirmou que vai forçar a aprovação desta reforça das pensões sem o votação do parlamento

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O Presidente da República francês, Emmanuel Macron, fez aprovar a sua reforma do sistema de pensões sem passar pela Assembleia Nacional, usando um artigo da Constituição que o permite.

Até ao último momento, Emmanuel Macron acreditou ser possível fazer passar a reforma, um dos pilares dos seus mandatos, através de um voto no hemiciclo, mas sem uma maioria garantida na Assembleia Nacional, forçou a aprovação da lei quando faltavam apenas 12 minutos para o início da sessão parlamentar.

A decisão não agradou aos deputados da oposição, que anunciaram que interporão várias moções de censura nas próximas 48 horas, uma das quais vai juntar deputados de direita a outros partidos e que pode pôr em perigo o governo da primeira-ministra, Elisabeth Borne.

De acordo com a Reuters, a primeira-ministra já confirmou que vai forçar a aprovação desta reforça das pensões sem o votação do parlamento. No momento em que se preparava para fazer uma declaração no parlamento, Elisabeth Borne foi confrontada com apupos da oposição, que ergueu cartazes com dizeres como 'Não aos 64', em alusão ao aumento da idade da reforma.

"A primeira-ministra [...] está a fazer isto porque está convencida de que esta reforma é necessária para garantir o futuro do nosso sistema de pensões", declarou um conselheiro de Borne.

A reforma tinha sido aprovada de manhã pelo Senado, com 193 votos a favor e 113 votos contra, com a direita e os centristas a constituírem uma maioria significativa, embora tenha havido senadores destes dois campos que se abstiveram e que votaram contra.

Entre os artigos mais polémicos desta nova lei está ao aumento da idade da reforma para 64 anos ou 43 anos de descontos, mas também o fim dos regimes especiais existentes para os trabalhadores dos transportes, da energia ou mesmo do Banco de França, assim como a adoção de um contrato especial para promover o emprego de pessoas com mais de 60 anos.

Fora do Palácio Bourbon, os sindicatos estiveram presentes, com o secretário-geral da CGT, uma das maiores centrais sindicais de França, a dizer que os trabalhadores "não vão deixar morrer esta questão".

Uma reunião entre os 11 sindicatos que estão unidos desde janeiro contra esta reforma vai pronunciar-se e decidir se as greves devem ou não prosseguir. Desde o início do ano, já houve oito dias de greve geral no país.

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