O líder do recente golpe de estado em Madagáscar, coronel Michael Randrianirina, comandante de uma unidade de elite, prestou juramento como novo presidente.
A subida formal ao poder de Randrianirina acontece três dias após o seu anúncio de que as forças armadas locais iam tomar conta do país, ilha-continente de África, ao largo da costa moçambicana, com cerca de 30 milhões de habitantes.
A iniciativa surgiu após três semanas de protestos contra o governo, sobretudo por parte de jovens, mas foi condenada pelas Nações Unidas e levou mesmo à exclusão provisória de Madagáscar da União Africana.
O presidente do país, Andry Rajoelina, está em paradeiro desconhecido, após ter fugido da ilha por temer pela própria vida durante a rebelião.
Randrianirina é comandante do Corpo de Administração de Pessoal e Serviços do Exército Terrestre (CAPSAT) e liderou a intentona na terça-feira, anunciando a suspensão da Constituição malgaxe.
UE acompanha situação em Madagáscar e apela ao diálogo
A União Europeia (UE) está a acompanhar a situação em Madagáscar, onde um novo Presidente foi hoje empossado, apelando ao diálogo entre as partes, disse um porta-voz da Comissão Europeia.
“Acompanhamos de perto o que está a acontecer em Madagáscar”, disse a mesma fonte, na conferência de imprensa diária, apelando ao diálogo entre todas as partes.
A União Africana suspendeu Madagáscar de todas as suas atividades até ao restabelecimento da ordem constitucional, e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que também enviará uma missão técnica ao país, expressou a sua preocupação com o golpe, que classificou como uma "grave ameaça" à estabilidade regional.
Madagáscar sofreu três golpes anteriores, em 1972, 1975 e 2009, este último também com a participação da CAPSAT, que levou ao poder o próprio Rajoelina, então líder da transição e agora derrubado pelo mesmo corpo militar de elite.
A ilha de Madagáscar está localizada no Oceano Índico, perto de Moçambique.