Um homem morreu no domingo na sequência de um desabamento de terras na Fajã das Galinhas, na Madeira, uma localidade afetada pelo incêndio que atingiu a ilha e cujo acesso está interdito, indicou esta segunda-feira fonte dos bombeiros.
Em declarações à agência Lusa, fonte dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos adiantou que recebeu na tarde de domingo o alerta para um desabamento de terras que “resultou numa morte”.
De acordo com a mesma fonte, trata-se de um agricultor que “estava numa fazenda e o terreno cedeu”.
Quando os seis elementos dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos, apoiados por duas viaturas, chegaram ao local, o homem, de cerca de 50 anos, já não apresentava sinais de vida.
Em 17 de agosto, cerca de 120 pessoas foram retiradas do sítio da Fajã das Galinhas, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, nas zonas altas do concelho, devido às chamas que cercaram a zona e tornaram intransitável a única estrada de acesso, numa extensão de cerca de dois quilómetros ao longo de uma escarpa.
Vários munícipes foram para casas de amigos e familiares e outros foram para os centros comunitários de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos.
Está atualmente em curso um processo de realojamento destes moradores em imóveis privados, da Câmara Municipal, do Governo Regional e de uma paróquia, uma vez que o local não oferece condições de segurança para as pessoas poderem regressar às suas casas.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. No dia 26, ao fim de 13 dias, a Proteção Civil regional indicou que o fogo estava "totalmente extinto".
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.104 hectares de área ardida, embora as autoridades regionais tenham sinalizado 5.116.
Durante os dias em que o fogo lavrou, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.
Segundo o Governo Regional, não há registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais.