Clima: manifestação de estudantes junta dezenas em Lisboa contra "colapso civilizacional" - TVI

Clima: manifestação de estudantes junta dezenas em Lisboa contra "colapso civilizacional"

  • Agência Lusa
  • MJC
  • 23 set 2022, 17:01
Greve Climática esta manhã em Lisboa

Aconteceu em Lisboa esta iniciativa de greve às aulas em prol do clima e pelo fim do uso de combustíveis fósseis e que vem na sequência do apelo internacional do movimento ‘Fridays For Future’, sextas-feiras pelo futuro (Fotografia de capa: Climáximo/Instagram)

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 “O clima a aquecer e os políticos a ver”, ou “Não há planeta B” foram algumas frases gritadas esta sexta-feira em Lisboa por dezenas de jovens manifestantes contra as alterações climáticas, alertando que o mundo está perante um possível “colapso civilizacional”.

O prenuncio é feito através das palavras de Teresa Núncio, porta-voz da manifestação estudantil, uma iniciativa de greve às aulas em prol do clima e pelo fim do uso de combustíveis fósseis e que vem na sequência do apelo internacional do movimento ‘Fridays For Future’, sextas-feiras pelo futuro, na tradução para português.

“O que estamos a enfrentar é a possibilidade de um colapso civilizacional se não fizermos nada e não mudarmos drasticamente”, disse a jovem, enquanto os jovens estudantes se iam organizando no jardim em frente ao Liceu Camões, em Lisboa, ponto de encontro para a manifestação, que depois seguiu até ao Ministério da Economia.

Segundo a ativista, a ação de hoje serve para mostrar que é possível acabar com a indústria fóssil e fazer uma transição energética justa, ao mesmo tempo que recusam a “inação” do atual Governo.

“O que precisamos é de algo mais do que declarações ou intenções. Precisamos de um plano de transição energética que garanta que vai acontecer e que não possa ser revogada por qualquer outro governo no futuro. Algo que seja garantido porque é absolutamente existencial”, defendeu.

Teresa Núncio disse que os estudantes exigem o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e alertou que atualmente já não faz sentido falar de riscos porque o mundo já está a viver com temperaturas 1,2.º acima das registadas na era pré-industrial.

“Precisamos de uma revolução e estamos aqui para criar disrupção e [mostrar] que não temos medo de exigir aquilo que para nos é uma necessidade existencial”, adiantou a ativista, sublinhando que os “piores cenários são ainda incertos”.

Para Charlotte Resende, 13 anos, não se coloca sequer a hipóteses de não estar presente, defendendo que “as pessoas mais novas têm de participar porque o clima afeta a todos e está a afetar tantos países”.

“O que me motiva é a ignorância das pessoas que todos os dias decidem não ouvir e continuar a vida como era e não ajudar”, justificou a manifestante.

“Preocupa-me não termos água, que no meio do país haja tanta gente sem água suficiente, imensas secas e é isso que me preocupa mais”, acrescentou.

Já João Seixo, 24 anos, disse sentir que, no geral, não se faz o suficiente e que, por isso, o mínimo a fazer é participar na manifestação de hoje, admitindo que, com isso, a transformação não seja instantânea, mas que pelo menos ajuda a que as pessoas possam ouvir.

“Não é falta de consciência, a maior parte das pessoas sabe o que são alterações climáticas, mas muitas vezes não estamos dispostos a fazer as mudança que são necessárias, seja a nível individual ou coletivo e é isso que precisamos de fazer, mais ações disruptivas que possam incomodar”, defendeu.

Os estudantes estiveram depois concentrados próximos da rua onde está situado o Ministério da Economia, onde continuaram a entoar gritos de ordem como “gás, petróleo, carvão, deixá-los no chão”, “povo para cima, emprego para o clima” ou “lucro em cima, lucro em baixo e rapa o tacho e rapa o tacho”.

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