O Presidente da República deixou o hospital bem-disposto, depois de ter desmaiado durante a tarde desta quarta-feira. Mas consigo teve de levar um pequeno aparelho, que lhe vai definir como pode ser a agenda nos próximos dias.
Marcelo Rebelo de Sousa vai estar 24 horas submetido a um holter, um dispositivo que serve para monitorizar, ao longo de um dia inteiro, a frequência cardíaca.
De acordo com a página do Serviço Nacional de Saúde, este aparelho, que é portátil, permite “estudar os batimentos do coração ao longo de um dia, para depois serem comparados com as atividades e sintomas do doente”.
O objetivo é tentar perceber se todos os níveis estão dentro na normalidade, sendo que o Presidente da República revelou que preferiu fazer o exame em casa para ter uma capacidade de teste mais fidedigna. Fazer o holter no hospital era, para Marcelo Rebelo de Sousa, um exame “virtual”, pelo que o chefe de Estado até considera mais seguro que o exame decorra naquilo que é o seu ambiente natural.
Mas como funciona este aparelho? Antes de ter deixado o Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, o Presidente da República teve de permitir que lhe fossem colocados elétrodos adesivos ligados a um registo portátil, que é alimentado a pilhas. Esse aparelho é depois colocado numa bolsa e pendurado ao pescoço ou à cintura.
"Na mesma altura é-lhe também entregue um formulário onde deverá indicar as horas e descrever as atividades realizadas durante o período do exame", escreve o Hospital da Luz, indicando que esses mesmos resultados devem ser comunicados ao médico no final das 24 horas. No caso de Marcelo Rebelo de Sousa, essa comunicação será por via digital, como o próprio referiu, evitando assim uma deslocação desnecessária ao hospital.
Só depois disso lhe serão indicados os resultados do exame, que no caso do chefe de Estado deve ocorrer poucas horas depois, até porque a agenda do Presidente da República está dependente disso. De resto, o próprio confessou que a agenda "forte" que tem marcada para sexta-feira pode sofrer alterações consoante os resultados.
Ao paciente é sempre ensinado como colocar os elétrodos, até porque os mesmos se podem descolar durante o período do exame. Neste caso, Marcelo Rebelo de Sousa terá de registar todas as suas atividades, descrevendo ainda como se sentiu em cada uma delas, de acordo com os hospitais CUF. "Se esse registo não for correto, será mais difícil obter informação relevante deste exame", avisa aquela unidade hospitalar.
Existem ainda uma série de recomendações para a altura do exame: não devem ser utilizados cobertores elétricos, áreas de alta-voltagem, imãs ou detetores de metais, para que não ocorram interferências na leitura em curso. Marcelo Rebelo de Sousa terá ainda de ficar todo o período do exame sem tomar banho.
Cerca das 15:45, a assessoria de comunicação da Presidência da República informou que "o Presidente da República teve uma indisposição após uma visita na Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa e foi ao Hospital de Santa Cruz por precaução".
Perto das 18:00, Miguel Mendes, diretor do serviço de cardiologia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, de que faz parte o Hospital de Santa Cruz, disse aos jornalistas que o Presidente da República se encontrava "muito bem", a conversar, "na plena posse das suas capacidades", que os primeiros exames tiveram "resultados normalíssimos" e aguardavam os resultados de outros.
Marcelo Rebelo de Sousa teve entretanto alta hospitalar e saiu a pé do hospital aproximadamente quatro horas depois de ter entrado.