A resistente antifascista e antiga deputada Margarida Tengarrinha morreu hoje aos 95 anos, anunciou o PCP, partido em que militava desde 1952.
“É com profundo pesar que o Secretariado do Comité Central do PCP informa do falecimento de Maria Margarida Carmo Tengarrinha”, adiantou o partido em comunicado.
Nascida em 7 de maio de 1928 em Portimão, Margarida Tengarrinha participou nas lutas estudantis de 1949 e 1954 em Lisboa, tendo sido membro da direção Universitária do MUD Juvenil.
Aderiu ao PCP com 24 anos, em 1952, e passou à clandestinidade em finais de 1954.
“A sua primeira tarefa foi então a criação, com José Dias Coelho (seu companheiro), da `oficina´ de produção de documentos de identificação e outros necessários à intervenção clandestina do partido”, refere o comunicado.
Em 1962, após o assassinato de José Dias Coelho, Margarida Tengarrinha foi para o exterior, tendo exercido tarefas na Rádio Portugal Livre e, em 1968, regressou a Portugal, tendo participado na redação do “Avante!” e do jornal “A Terra”.
Membro do Comité Central do PCP desde maio de 1974 até 1988, após o 25 de Abril de 1974 Margarida Tengarrinha foi membro da direção da Organização Regional de Lisboa, integrou a Comissão para o Trabalho com os Pequenos e Médios Agricultores e a Comissão para a Reforma Agrária.
Desde 1986 a viver em Portimão, foi também deputada à Assembleia da República nas III e IV legislaturas.
Ao longo dos anos, Margarida Tengarrinha publicou diversos livros sobre pintura, cultura popular e sobre a sua experiência e intervenção enquanto funcionária do PCP.
“Margarida Tengarrinha teve uma vida inteiramente dedicada à luta e intervenção pela emancipação dos povos, pela democracia, o progresso social, a paz e o socialismo”, salientou o PCP.
O corpo de Margarida Tengarrinha estará em câmara ardente na casa mortuária da Igreja do Colégio em Portimão no dia 31 de outubro, a partir das 09:30, saindo às 12h:30 para o crematório de Albufeira.