"O meu valor não tem a ver com o número das calças". A reação de Maria Botelho Moniz à "pura maldade" - TVI

"O meu valor não tem a ver com o número das calças". A reação de Maria Botelho Moniz à "pura maldade"

Depois do "ataque" em formato de crónica de Alexandre Pais, a apresentadora da TVI reagiu pela primeira vez à polémica no programa de Manuel Luís Goucha

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Maria Botelho Moniz foi a convidada desta terça-feira de Manuel Luís Goucha, na tarde da TVI. O propósito era claro e único: reagir à crónica "A Imagem É Tudo", de Alexandre Pais, onde o autor correlaciona a "robustez" da apresentadora com brio e capacidade profissional.

Maria começou por explicar o que mais lhe custou ler no artigo de opinião: “O que mais me doeu foi ler que desrespeito o meu público pela forma como me apresento.”

A apresentadora explicou que sempre teve a mesma estatura física: “Sou muito alta, tenho ombros de nadadora olímpica e rabo de Kardashian e está tudo bem." Ainda assim, realça que "não precisa" que um homem identifique, debata ou teorize sobre as suas características físicas.

Para Maria Botelho Moniz, a crónica espelha a falta de igualdade de género. Contou que, nos 18 anos que trabalha no ramo da televisão, as críticas são recorrentes, sistemáticas e o tópico é sempre o mesmo.

“Onde é que está o artigo que vos põe a todos [homens] numa fila e faz o ranking? Há 18 anos que leio coisas destas”, questiona.

Aos que defendem o artigo com a liberdade de expressão, por se tratar de uma opinião e de se falar de uma figura pública, Maria lembra que "ninguém é público o suficiente para ser humilhado desta forma: pura maldade”.

Maria reconhece que existem mulheres magras, eloquentes e inteligentes, mas são casos raros de sorte quase divina. “Existem unicórnios. Eu não sou um deles. Eu, Maria, preocupo-me muito mais com o que é dito do que com a imagem”, referiu.

Às críticas de Alexandre Pais quanto ao guarda-roupa escolhido pela apresentadora, Maria ironiza: “Eu nunca estou bem vestida. Hoje, há quem vá adorar este fato azul e há quem vá detestar.”

“Isto é muito perigoso. Não o que diz sobre mim, mas é o espelho do que se diz sobre as mulheres. Nós somos reduzidas à nossa imagem”, realça.

Maria Botelho Moniz confessa que, por vezes, questiona a sua própria sanidade mental perante a disparidade do que lê e do que vê ao espelho: “Aquilo que escrevem não bate com aquilo que eu vejo, será que estou a enlouquecer?”

Por fim, uma mensagem para todas as meninas que têm o sonho de vir a ser uma Maria, para todas as pessoas que se sentem inseguras com o peso e para todas as mulheres. 

“Eu estou aqui apenas para dizer: está tudo bem. Estás e és maravilhosa. Caga nisto. O meu valor não tem a ver com o número da etiqueta das calças”, reitera Maria Botelho Moniz.

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