A líder do Bloco de Esquerda disse esta sexta-feira, em Évora, que a Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP mostrou que o processo de privatização não teve “quaisquer critérios” e que espera ver isso refletido nas suas conclusões.
“Fica muito claro que não teve quaisquer critérios, quaisquer condições e que põe em causa a própria sobrevivência da TAP no futuro”, concluiu Mariana Mortágua, sobre o processo de privatização da empresa, durante uma visita à feira de São João, no Alentejo.
Questionada pela agência Lusa, a líder do Bloco considerou que “há várias conclusões que são importantes” que devem ficar refletidas no relatório da CPI, a ser divulgado na terça-feira, mas destacou “três questões”, incluindo os “critérios” do processo de privatização.
“Há várias conclusões que são importantes. A primeira tem a ver com o próprio processo de privatização, em 2015, e a forma como David Nielman usou o dinheiro da TAP para comprar a própria TAP. É bom que isso fique nas conclusões da Comissão”, começou por afirmar a líder do Bloco.
“Em segundo lugar”, prosseguiu, é importante “que a comissão seja clara sobre a forma como o PS geriu a TAP”.
“Geriu mal e é preciso reconhecer isso. A intromissão em pequenas decisões, mas [também] o adiamento de decisões estratégicas, o facto de haver prémios, de a TAP ser gerida como empresa privada quando tinha responsabilidades públicas”, apontou, antes de concluir com a questão dos critérios do processo.